quinta-feira, 30 de junho de 2011

Live Alone

Eu quero viver sozinho
Porque o maior amor é sempre arruinado pela aversão
O argumento de vida
Eu quero viver sozinho
Eu poderia ser feliz comigo mesmo
Viver o resto da minha vida
Com a vaga sensação de
Eu. ..

Onde quer que você esteja
Quem quer que esteja lá
Você sabe que eu ficarei aqui
Eu vou estar aqui
Desejando poder estar lá
Onde quer que você esteja
Quem quer que esteja lá
Você sabe que eu ficarei aqui
Eu vou estar aqui
Desejando que eu quem estivesse lá

E assim eu vou viver sozinho
Eu não estou dizendo que o nosso amor é o maior
Mas eu estou apaixonado por você
Quero ficar apaixonado por você
Então eu vou viver sozinho...
                                   (Franz Ferdinand)

sábado, 18 de junho de 2011

heart.

É um dia em que não há muito a se fazer. Acordo-me cedo, como de costume, e fico na cama a esperar que alguém venha me chamar para tomar café com um beijo e um abraço de bom-dia. Espera esta que me consome, e por mais que eu tente não esperar, ela não se vai, mesmo sabendo que não há ninguém ali para me fazer essas coisas. Fico deitado até tarde, pois não há nada que me motive a levantar, até o momento em que o tédio me toma os nervos, e me deparo com pensamentos absurdos. Dou uma volta pelos cômodos e verifico se de fato estou só. Sim, estou. Dou uma olhada no relógio: 11h27, é não adianta tomar café essa hora, inclusive estou sem fome, deixa pra lá. Tenho coisas para fazer, mas as faço depois, só há isso pra fazer e tenho o dia todo. Mas não tenho mais nada para fazer, sento-me no sofá e olho para o nada, como se alguém estivesse ali. De fato há alguém ali, um ser imaginário, um alguém que pode me ouvir, que quer me ouvir, um ser meu, um eu. Começo o desabafo:
  - “É ela, é ela a culpada de tudo isto. É ela quem me deixa neste estado, ela que poderia me salvar, mas não o faz. Por quê? Por quê? Ah, maldita. Oh, como eu a amo, a amo mais que a mim, a amo mais que o ócio, a amo mais que as sextas-feiras de beberrão, a amo mais que carne fresca acompanhada de litros de whisky, o meu amor por ela é tão maior quanto a minha aversão pela humanidade, é bem maior do que qualquer coisa que se possa medir. Apenas ela pode me salvar, mas não o faz. Não por não poder, mas porque é tão má e cruel, que prefere me deixar desse jeito. Apenas porque não quer.”
 O nada me fita, como de estivesse errado. Sim, estou. É a mais pura loucura desabafar para o nada, e crer que o mesmo esteja me olhando. Faz um belo dia, ensolarado, mas não é aquele sol irritante que te queima a pele ao menor tempo que esteja exposto à ele, é aquele sol ameno, com algumas nuvens e um vento aconchegante, perfeito para  ir a praia, olhar o mar. Mas não o faço, mesmo estando praticamente de frente para o mar, não vou. Não há com quem ir, não há por que ir, e ir não muda em nada o que eu sinto. E o que eu sinto? Um tão grande e absurdo nada. Um nada tão gigantesco quanto o universo e mais: tão gigantesco quanto o universo dos universos, com um buraco negro bem no centro. Não sei por que sou assim, mas não me lembro de sentir outra coisa se não esse nada, não me lembro de sentir nem ao menos uma vontade de saber o porque... Enquanto lá fora o sol brilha e todos estão felizes, aqui dentro é frio e tudo me parece sutilmente sombrio. As paredes continuam me fitando de forma ameaçadora, como se fossem me engolir, a solidão que me cerca, me sufoca também, e estou a me afogar em pensamentos vis. Então alguém bate a porta. Maldição! Mais do que estar só, odeio estar acompanhado, até mesmo se for ela,odeio, odeio! Deixem-me em paz! Vão incomodar a desgraça doutro! – estes foram os meus pensamentos em tal momento, mas não condisseram com minha atitude solene de abrir a porta educadamente. Sim, era ela. Havia tanto para ser ouvido, havia tanto para ser dito. Mas tanto que nunca fora ouvido e tampouco mencionado.

                                                               Kuroneko-chan, 18 de junho de 2011

terça-feira, 14 de junho de 2011

Odiosa natureza humana

Se todo mundo fosse embora
E só eu ficasse aqui
Eu teria nessa hora
Um bom motivo pra sorrir
Se tudo desaparecesse
E nao ficasse mais ninguém
Somente num dia desses
Eu passaria muito bem
Sonho que eu tenho por noites seguidas
Do mundo acabando num belo dia
Sem choro nem despedida
Mesmo porque ninguém se conhecia
Chame de misantropia ou como quiser
Mas você não me engana
Não perde quem desconfia
Culpa da nossa tão odiosa natureza humana
                                                    (Marco Donida)

Merece mil selinhos (mas só um basta)


segunda-feira, 13 de junho de 2011

(=

 "Eu te amei muito. Nunca disse, como você também não disse, mas acho que você soube. Pena que as grandes e as cucas confusas não saibam amar. Pena também que a gente se envergonhe de dizer, a gente não devia ter vergonha do que é bonito. Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas — se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso. Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim."
                                                                                       Caio Fernando Abreu

domingo, 5 de junho de 2011

Lament

Algo me chamou.
Não sei em quem confiar, nesta escuridão não se sabe nada.
Pégaso hoje – e sempre – voa sem cela.
Posso vê-lo pela janela.
Me dá esperança.
Mas eu não consigo acreditar que a vida é bela.

E todos morreram,
Eles nem ao menos tentaram se salvar
Medíocres,  preferiram a morte
Mas pensando bem... Fizeram o melhor..
E agora, sem demora neste mundo perdido de outrora
Corro, para me salvar...
Os demônios do passado continuam a me procurar.

E você, onde está agora?
Deixaste que te levassem, ou te salvaste ?
Me encontre, me leve, me mate.
Mas se for pra mergulhar no inferno com todos aqueles,
Eu prefiro ser o escravo.
Aquele escravo fodido que jamais se libertará
E pela eternidade verá o arco-íris distante...

Kuroneko-chaan 06/06/2011

Que.

Eu tenho um branco
E tenho uma missão: Transformar isto em você.
Eu viraria alquimista, só pra criar uma coisa qualquer,
Que me levasse até ti, que me faça te ver.

Eu tenho um vazio
E tenho uma vontade, a de te conhecer.
Quero mais que a mim, saber quem és,
E saber como consegues me deixar neste estado de sinestesia.
Agonia.

Você está sofrendo, está desmoronando
Caindo em suas próprias ruínas,
Sim, eu sei. Posso ver a dor em seus olhos...
Não tema, se liberte, me sinta.
Eu também tenho um sonho.

Você diz que todo mundo está mudando,
Mas eu não consigo sentir. Eu não consigo ver.
 E você continua procurando as razões, o porque.
Mas a navalha continua atravessada em seu peito.
E eu já não sei se me importo.

Olhei dentro dos olhos daquela pessoa no espelho,
Procurei algo, uma resposta, uma proposta
Um sentimento, um movimento.
Mas aquele vazio foi tudo que vi.
Eu não tenho nada para oferecer,
Eu não sou nada, nem significo algo pra você.
Mas do meu nada eu faria de tudo.
Transformaria o mundo, com meu nada
Só pra ser algo, fazer algo por você.

E isso não é tudo
Mas o sol está brilhando e temos um mudo pra mudar.
Siga seu caminho amargo agora.
Vá pela luz.
Porque tomei todo o escuro pra mim, construí meu castelo
Com toda as sombras do mundo, com todas as lagrimas derramadas
Por estas almas inocentes.

Não estou clamando por justiça,
Agora sei o que quero, e quero tirar todo teu sofrimento
Toma-lo pra mim, quem sabe assim serei feliz
E você será quem diz
Amém.


Kuroneko-chan 06/06/2011

Apenas saiu, eu não entendi D:
hsuahuhsa deixe seu coment \o 
inté :*

sábado, 4 de junho de 2011

Amateu.

Eu quero isso, eu quero mais.
Tua raiva é minha paz
E nada é tão triste quando ser assim.

Talvez seja egoísmo, eu sei.
Mas só tu não recebeste o que eu dei.
E nada disto vem pra mim.

Tens oportunidade, é verdade
Além de liberdade pra fazer o que quiser.
Porque de nada mais vale o amor daquela mulher.

Criei.
Criei um outro, uma imagem.
Um ser que não existe, e é triste.
Tanto quanto ser assim.

Aguardar que um dia de risque
Ou rabisque
Vá embora, ou se complete.
Me complete.

Kuroneko-chaan - 04/06 /2011