quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Lembrança


Ontem quase caí
Ontem isso quis voltar e tomar conta de mim
Ontem quase chorei, não sei se tentei, mas não consegui
Eu não farei isso.
Sou mais forte que isso,
Não preciso disso, e não quero pra mim.

Não quero sentir, não quero viver
Não preciso de ti, nem quero te ver.
Eu sonho com isso, mas posso dominar
Vivo como castigo: tantas bobagens fiz,
Tantas mentiras vís. Mereço mais três vidas ter...

Isso não é bom nem vai melhorar
Isso não tem som, e dói tentar
É futil, é idiota e inútil...
Não sei se é o fim, não sei se tem fim.
Deixe-me com meu fardo, com meu som, com meus olhos fechados
Não tenho esperanças, mas as esperanças me tem
Querem que eu espere um futuro que convêm.

Convên? Futuro?
Utopia! e repito e alto e bom som: UTOPIA
É irreal, é sonho, clichê, banal.
Ninguém vê as lagrimas de meu sorriso nem as sombras do meu passado.
Estou invisível, mas aqui na luz há uma sombra trêmula
Minha sombra falha, minha mágua contida, minha água parada.
Não me vês? não me ouves?

Há sangue em meus olhos, em minhas mãos
Em minhas pernas, e pelo chão
Há sangue em minha lingua, há sangue e há perdão.
Será?

                                                                                                        Kuroi Kuroneko
                                                                                                           31.12.2011

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