segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Petro

Meu corpo é terra, é chão, é mato, é vento,
É tempo e céu
E que tempo! Que veneno cruel!
Meu corpo, que nem existe,
E se existe é só pó,
Depois de tanto tempo passado, é tão só.

Nostalgia é noite fria liquidando meus átrios,
É gelo petrificando minha seiva,
São as estrelas nos olhos de toda gente.
É um abraço calado que grita 'Oxente!'
É um pedido meigo e envergonhado
É borboleta no estômago.

E do passado, quem pode me ouvir?
E do futuro, quem pode me ver?
E do presente... Este eterno segundo que não consigo conter,
Que posso eu fazer?
A cada célula pelo tempo dilacerada
Só posso dizer que não sei mais nada.
E saber disso é saber demais.

Kuroi Kuroneko
18.11.13