terça-feira, 30 de outubro de 2012

oleleô \o\

Indo nessa onda de Aldravia, resolvi escrever algumas :3
É bem gostoso isso \o\
Tentem :3

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sem
ti
senti-me
sem
sentido

-------

sereias
dançando
nas
ondas
chamando
piratas

---------

te
ver
te
ter
é
ser

--------

vento
frio
arrepio
sorriso
quente
esquente

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sou
vitrola
música
toca
em
mim


                                                       (Kuroi Kuroneko 30.10.12)



Aldravia

Aldravias são poemas sintéticos, capazes de inverter a ideia de que a poesia está num beco sem saída. 
Trata-se de poemas constituídos numa linométrica de até seis palavras-versos. Esse limite de 06 palavras se dá de forma aleatória, porém preocupada com a produção de um poema que condense significação com um minimo de palavras, conforme o espirito poundiano de poesia, sem que isso signifique extremo esforço para sua elaboração.
A partir do conceito "poundiano" de o máximo de poesia, num minimo de palavras, o Poeta Aldravianista deve observar os seguintes critérios para elaboração de Aldravias: 

  • Iniciar os versos com letras minúsculas. Em caso de nome próprio, vale a opção do autor;
  • A divisão de palavras-versos já indica pausa; por isso não é recomendada a utilização de pontuação. Além disso, a pontuação limita possíveis interpretações relativas a livres escolhas do leitor em deslisar pausas e criar novos sentidos;
  • As pontuações de interrogação ou exclamação podem ser utilizadas, se a sintaxe da Aldravia, por si só, não denunciar a sua proposição;
  • Nomes próprios duplos (com ou sem ligação por hífen), cuja divisão resulta em outro nome (Di Cavalcanti, Van Gogh), podem ser considerados um único vocábulo;
  • Nomes e formas pronominais ligadas por hífen podem ser consideradas vocábulos únicos;
  • Sugerir mais do que tentar escrever todo o conteúdo. Incompletude é provocação Aldrávica.
  • Privilegiar a Metonímia, evitando-se a metáfora; 

Alguns exemplos de Aldravia: 

aldravias?
humilde
confesso:
engatinho 
nos
versos
          (Zaira Metillo)

num 
único
sorriso
Monalisa
imortalizou 
Da Vinci
             (Luiz Poeta)

monstros 
destruindo
Tóquio: 
memórias
de 
infância
           (Francisco Nunes)


Fonte: Jornal Aldravia Cultural 


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Mind~

Forget your dreams,
Cause you're gonna lose them all.
Forget to save your soul,
Cause you're just a fucking whore.
Forget your starlight,
Cause it ain't gonna go so far.
Forget to help,
Cause you're gonna just mar,
Forget to try,
Cause you will fail.
Forget to cry,
Cause no one gonna hear you out.

But remember that you have
Your own soul.
But remember that you can steer
Your own life.
Remember that for me you are died.


Kuroi Kuroneko
   23.10.12

Nota:   O verbo "Mar" pode significar =  Estragar, desfigurar, arruinar, deteriorar, frustrar. Aqui ele pode ser interpretado como "Estragar".

Where's your crown King Nothing?

Há um poderoso rei sobre estas asas
Há um anjo caído por sob o mar.
Água salgada que transbordava
dos olhos do anjo, que se queimou
com a luz áspera de tua coroa.

Por onde andas doce ternura?
Se maquiaste com a ilusão?
"Eu não mereço, não sei de nada."
E o anjo caído se perde em solidão.
O rei mais uma facada dá em seu peito.

O teu carrasco  alega verdade, certeza
Mas tua morte, oh anjo, é em vão
Ele vai arrancar tua cabeça;

A guilhotina está preparada
E observa confusa a multidão
Ele está certo? Está errado?
E se curva em culpa teu coração.

- Toma cuidado com o que desejas -
          Você pode conseguir.


                       Kuroi Kuroneko
                            23.10.12

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Leitura de uma morte vulgar



         Era como um sonho bom. Dava a eterna impressão de que não iria ter fim. Não se tinha noção de tempo, nem espaço... Não se tinha noção de nada, apenas se fazia. Se sentia. Ia, ia e ia. Algo linear e ao mesmo tempo curvilíneo e envolvente. Havia frio, mas havia também algo para nos aquecer. Havia escuridão, mas não o suficiente para impedir que nos víssemos. Havia ilusão, mas a realidade ilusória ainda se fazia realidade. Havia um carvão pousado em uma galha, e ele nos olhava. O carvão se fez com asas, e como corvo voou e voou. Mais adiante um porteiro vestido como carrasco bebia um baril de cerveja e se ria, ria como brincadeira. Em sua foice se viam caveiras dependuradas, que se chacoalhavam com o pra-lá-e-pra-cá apressado da taberneira. A noite abraçava os horizontes, e lá e cá se viam algumas árvores secas presas num chão rachado pelo calor escaldante dos dias de sol infernal. O vento deslisava frio por nossos corpos e tão fino, nos abraçava em arrepio.

        Você me disse uma vez que toda vez que eu chorava, o mundo ficava mais triste. Mas só agora entendo que o mundo o qual se referia era o meu, apenas o meu. Não te culpo por ter me arrancado lágrimas também. Todas as escolhas que fazemos nos exigem sacrifícios, eu só não imaginaria que te escolher exigisse meu próprio sacrifício. Tudo bem, é assim que isso é:  um egoísmo caritativo, e não me arrependo disso. Nem mesmo quando, em meio a tempestades, me olha nos olhos e perguntas se o que eu sinto diminuiu. Sempre odiada esta palavra: Amor. Algo tão complexo, vulnerável. Mas jamais algo que diminui. Não se ama pouco ou muito, apenas se ama. O amor é completo em sua essência. E havia te dito: "Nada vai mudar isto."

- ...Mas eu sinto.
- Nada vai mudar isto.
- Mas tu mudastes.
- Nada vai mudar isto.
- MAS TU MORRESTES !
- ...Nada vai mudar isto.

        Havia uma cruz sobre minha cabeça, e lá estava escrito: "Aqui jaz uma alma sonhadora, obcecada pelo que conseguiu.". E o que consegui? A eternidade nunca me foi uma obsessão, mas não te culpo querido. Era como um sonho bom... e te vi dançar sobre minha lápide. Mas dançar sobre meu fim não me trará de volta. Te aquietas, criança. Teu fim vai chegar, e chamaremos de recomeço. Ao meu lado é o teu lugar. 

                                                                       Kuroi Kuroneko
                                                                           10.10.12


terça-feira, 2 de outubro de 2012

Já tiveram a estranha impressão de ser um personagem? como se sua vida fosse um filme?
Nada está ao seu alcance e_e

Rabisco



Ignorem este post -qq
Foi só algo que comecei a escrever e não vou terminar .-. .-. .-.

DHAOIDHOAHDOAHDOIHAOIDHAOD  Legal é você postar isso no blog errado como fiz antes de postar aqui.

Eu nunca fui de falar coisas melosas. Eu nunca fui de gostar de ouvir coisas melosas. Por que o ar exagerado das coisas melosas sempre como soou como uma bela mentira. Eu sempre evitei coisas melosas, mas devo admitir que em algum lugar lá no fundo foi o que esperei ouvir.
Eu sempre me senti sozinha. Eu sempre gostei de me sentir sozinha. Por que o sentimento de estar sozinha sempre me foi um conforto de não estar. Eu sempre estive sozinha, em contraponto estar sozinha me foi uma  fuga pra não estar.

Devaneios e Esperanças #4

Garloth não conseguiu conter as represas em seu olhar, e num pulo desesperado para envolver seu corpo no corpo do moço, deixou um rio de água salgada se esvair. E aquele rio não se findava.
Sou uma fada, meu moço! - Repetia desesperadamente junto de uma tentativa falha e esperançosa de sacudir o moço para ver se alguma vida poderia se manifestar ali. - Que mal te fiz, meu moço, que mal te fiz? Que maldição se apossou de meus olhos para não te ver? Que te fiz? Que me fiz? Me perdoe. - Entre soluços, ela dizia. Seu desespero era evidente, e nos seus olhos frios e negros se via medo, tristeza, surpresa, dúvida.
E de longe leve e calmo o diabo escondia um tanto de preocupação (e por que não ciúme?) debaixo de sua cartola um tanto gasta pelo tempo. Ele não causara aquilo tudo. Sabia que era o que a diabrete queria. Mas que maldita criatura paradoxal!! Quieto ele mantinha-se, pois sabia que aquele oposto era passageiro, era apenas um devaneio estúpido de sua pequena criatura inconstante.
Desesperada ainda ela estava, e sem saber o que fazer, voou por todos os lados sem um destino certo, estava atordoada. Até que bateu a cabeça em um parede enorme, e caiu ao chão. Tonta, olhou para os lados e viu algo se aproximar e sentiu que foi carregada até que tudo mais ficou escuro.
Era apenas isso o que ela se lembrara quando acordou acorrentada numa mesa de pedra e ouvia as palavras de uma voz amarga:

Eu estava lá. Eu estava lá, e vi seus olhos vazios implorarem por socorro, ou talvez por uma fuga. É isso que sempre faz: fugir. Foges da realidade com as desculpas mais absurdas possíveis. Se fazes de propósito ou se, de fato, tens problemas irreparáveis em tuas faculdades mentais, nunca irei saber, mas teus tormentos já se fazem insuportáveis. Ao te ver, não sei se teus olhos lacrimejam por arder em loucura ou se estás mesmo a sofrer. De um coração como o teu, não sei o que esperar. Tens um coração, não tens? Tão imprevisível... Tão inconstante... Tão Afoito.... Tão ameaçador. Das duas uma: Ou é demasiada insana esta loucura que faz com que tome as atitudes mais randômicas, fale as palavras mais aleatórias e viva privando-se de culpa ou sentimentos vis, escondendo teu coração... Ou é deveras cruel e desprovida de alma e consciência para calcular tudo de forma a confundir a todos e causar o caos nas almas alheias.
Que demônio! Não se entende esta criatura! Aos nossos olhos, salvadora. Mas à nossos corações, carrasca.
E nos aflige a alma ver tal criatura sofrer... Pois sua ternura nos passa inocência, e é aí que a dúvida nos tortura: O que és? Que queres tu de nós?

~ Era o moço amargurado em seu desespero fatal.