sexta-feira, 26 de abril de 2013

A queda

Meus passos estão mais fortes agora
O frio não me assusta mais.
Me sinto confortável quando estou só
Consigo encarar meu reflexo,
E nesse deserto isso é tudo o que tenho.

Tua alma me visitou noite passada
Foi doce comigo, e me tratou bem
Por um segundo me salvou do penhasco
Mas logo em outro, me jogou.
Tudo bem, agora eu sei que a queda livre não me mata
Talvez por que embora seja uma queda, ainda é livre...

Me jogaste do penhasco, e ainda assim agradeci.
E de toda alma lhe sou grata.
Aprendi que queda alguma me mata
E que após morrer tantas vezes, a morte venci.
E agora sigo o caminho do qual desisti.

kuroi kuroneko
    26.04.13

segunda-feira, 15 de abril de 2013

O tempo

Eu sou o primeiro raio de sol
que abraça o mundo e bate à tua janela de manhã cedo
Esquento o mundo pra ti enquanto te vejo dormir mais um pouco.
Cá estou, mas tu não me vê.
Eu sou o sonho que tivestes, mas que não lembra
Foi bom, foi doce, mas foi breve.
Cá estou, mas tu não me vê.
Eu sou o vento que te refresca nos dias quentes,
O teto que te guarda em meio a chuva,
O cheiro bom de comida quando tens fome,
O arrepio na noite fria,
Eu sou a condição, e o determinante.
Cá estou mas tu não me vê.

Sou o sorriso que não destes ao vê-la
Sou o abraço de saudade que não destes ao recebê-la
Sou o beijo saudoso que não recebestes
Eu sou a lágrima que não deixaste cair
Eu sou o "eu te amo" baixinho no meio da noite
Eu sou o andar de mãos dadas
O varar de madrugadas regado à bebida e piadas
Cá estive, mas me repudiastes.

Eu sou a lembrança deixada
A imagem deturpada
A mágoa guardada
O arrependimento vil.
Eu sou o que sempre sonhaste
O presente ganhado, o qual não abriu.


~~ kuroi kuroneko
          15.04.13