sábado, 28 de janeiro de 2012

Miragem

A chuva de teus olhos não vai regar este sertão
A seca em teu peito não vai matar essa ilusão.
É miragem! é miragem!

Queria eu chover em ti.
Queria eu...
Queria eu fertilizar e te florir.
Queria eu...

Mas é impossível de se ver no escuro
É impossível se ver.
Clareou. Clariei.
E obstáculos se mostram pela frente...
Mas não sei se sou capaz de ultrapassa-los
E eu tento, tento.
Mas impossível vencer, acaba o tempo.
É miragem! é miragem!
E nuvens recobrem meus olhos...

Minha chuva não regará este sertão
A seca em meu peito não matará esta ilusão.
É um dominó


Estou só.


Me cubro.
É escuro.


                                  Kuroneko-Chan
                                      25 01 12

True Faith

Me mata com tuas palavras
Que te mato com meu veneno
Não me tentes, cão!
Não me tentes, cão!
Sabes que me tens nas mãos...

Suga minha água
Minha alma já falha.
Por ti se perdeu...
Em dor se prendeu
Não consigo te ver.

Não se esconda... Tira tua mascara!
Sei como tu és.
Te mato como tu és,
Me desprendo em ódio, antipatia, rancor, horror e repulsão como tu és
É sentimento sincero.

Me procure, me chame.
Me aporrinhe, reclame.
Esperneie, se dane.
Mas seja como tu és
Pois assim te odeio, e não me importa o resto.
É sentimento sincero.

                                         Kuroneko-chan
                                              22 01 12

Sex

Noite adentro, noite afora
Entrando e saindo a toda hora
Há jovens ali e em todo lugar
Há jovens, velhos e crianças deveriam que lá não deveriam estar

Por cima, por baixo. De frente, por trás
Em suas mentes um nó se faz
Tão novos, tão cedo pais de seus pais

Se perdem, se encontram
Se escondem, se mostram
Se matam, se esfolam
São uma legião.

E as rezas já não funcionam mais...
A fé se perdeu.
O mundo acabou.
A humanidade pereceu.

                                       Kuroi Kuroneko
                                           22 01 12


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Where are the poets?

                                   O dia amanheceu calmo. As luzes que antes serviam pra iluminar, agora não fazem mais sentido. As placas que indicavam o sentido e as normas as quais deveríamos cumprir para manter a ordem, agora se fazem desnecessárias. Porque vim amanhecer aqui? A calma matinal me incomoda pois se não há com o que se preocupar, significa que não há nada importante. Será? Me pergunto onde vive aquele garoto do espelho que me olhava tão profundamente, e dentre seus sonhos estava o desejo de voar. Me pergunto onde guardei todos aqueles anseios. A carta de Hogwarts, o skate voador, o boneco com vida, os campeonatos mundiais, a fama do melhor jogador, os amigos de alma espalhados por outras dimensões e seus super poderes, a força do amor... Onde os enfiei? Será que deixei meus problemas se tornarem tão maiores ao ponto de ignora-los tanto que resolveram partir e pertencer a outra pequena alma? Haviam tantas aventuras mundo afora, e tanta disposição... Haviam tantos planos e tanta imaginação... Hoje não sai nem do lugar: não se ouve, não se vê. Tudo me deixou: Sonhos, esperanças, paisagens, desejos, medos, e até mesmo amigos e pessoas que diziam me amar. Fui trocado. Eles foram trocados. O que vivemos foi trocado. O que sentimos foi trocado. O troco foi trocado. O vento, o som, o aroma. Tudo foi trocado. Eles acham que se preenchem, mas só aumentam o vazio. Eles dizem ser o suficiente, mas sempre querem mais e mais. A vida foi substituída por uma coisinha colorida, pequena, mecânica. O tempo não passa ali, você não tem imagem ali. Mas aquilo te mata e transforma seu coração num sistema, em números.E eu me pergunto cadê? Cadê eu? Cadê a gente? Cadê nossa música? Nossos caminhos e aventuras se perderam no meio da Floresta Negra. Os valores se foram, mas o valor é alto. Os costumes continuam, mesmo dizendo que não. E os seus papeis se queimam no meio da escuridão.




                                                                                      Kuroneko-chan :3
                                                                                            27.12.11

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Who knows


Por favor, não me deixe fazer o que tenho vontade de fazer
Não me deixe jogar minha alma ao vento para que se espalhe por todo este lugar
E se perca, assim como meu corpo e sentidos.

Mas tal como o poeta questionou:  "How can I be lost, if I got nowhere to go?"
Tal como os cegos veem no escuro
Tal como as luzes lá em cima sempre voltam no verão
Eu não posso me perder para sempre

Sei que estarei em algum lugar, Pequeno, mas existente
Escuro, mas reconfortante
Estranho, mas conveniente
Raro, mas assim estarei...
Seja em teu peito, seja em tua mente,
Seja em tua lista, em tua corrente
Em teu passado, e duvido muito, mas quem sabe em teu futuro presente.

                                                                     Kuroi Kuroneko
                                                               31 de Dezembro de 2011
                                                                             23:51

Lembrança


Ontem quase caí
Ontem isso quis voltar e tomar conta de mim
Ontem quase chorei, não sei se tentei, mas não consegui
Eu não farei isso.
Sou mais forte que isso,
Não preciso disso, e não quero pra mim.

Não quero sentir, não quero viver
Não preciso de ti, nem quero te ver.
Eu sonho com isso, mas posso dominar
Vivo como castigo: tantas bobagens fiz,
Tantas mentiras vís. Mereço mais três vidas ter...

Isso não é bom nem vai melhorar
Isso não tem som, e dói tentar
É futil, é idiota e inútil...
Não sei se é o fim, não sei se tem fim.
Deixe-me com meu fardo, com meu som, com meus olhos fechados
Não tenho esperanças, mas as esperanças me tem
Querem que eu espere um futuro que convêm.

Convên? Futuro?
Utopia! e repito e alto e bom som: UTOPIA
É irreal, é sonho, clichê, banal.
Ninguém vê as lagrimas de meu sorriso nem as sombras do meu passado.
Estou invisível, mas aqui na luz há uma sombra trêmula
Minha sombra falha, minha mágua contida, minha água parada.
Não me vês? não me ouves?

Há sangue em meus olhos, em minhas mãos
Em minhas pernas, e pelo chão
Há sangue em minha lingua, há sangue e há perdão.
Será?

                                                                                                        Kuroi Kuroneko
                                                                                                           31.12.2011

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Porvir.

Dias frios e sufocantes se vem
A vida se tornará insuportável 
Se perder no sufoco convém
de que me adianta a vida?

Sempre é a mesma coisa
Mesmos lugares, mesmas pessoas, mesmas palavras
E as mesmas tradições erradas
Se tudo isso já tive, de que me adianta a vida?

Tudo no mesmo lugar, com a mesma aparência 
Te dei tantas chances no escuro, tantas quanto pude, agora tarda.
Eu não soube explicar.
Te nego porque adoro tua insistência
que se mudo de ideia isso cessará.

Te sinto fluir, e não quero 
O orgulho me matou, sei
Mas peço que fique, juro que espero 
Sem nada disso que gosto de deter, de que me adianta a vida?

                                                                            Kuroneko-chan
                                                                                13.12.11