domingo, 11 de dezembro de 2011

Fronteira.

                      Tá vendo aqueles arbustos espinhentos lá embaixo? Eles não permitem que ninguém ultrapasse aquela fronteira. Sim, é a fronteira para o paraíso, e ninguém mais passa por ela... Alguns corajosos tentaram pular por cima, ou usar algum tipo de arma ou ferramenta para atravessa-la, mas nunca conseguiram e nunca conseguirão. Estes arbustos são demasiado fortes  e os corajosos normalmente se ferem e vão embora. Tá vendo lá, ó? Antes não era assim, não era uma fronteira de arbustos espinhentos... Era um campo cheio de violetas e jasmins, tão belo que todos que aqui chegavam não sabiam se já haviam chegado ao paraíso, ou se esqueciam dele. Tão belo e agradável que preferiam ficar ali se divertindo num oceano de flores e paz. As vezes até acontecia de um se lembrar que havia um paraíso depois dali, mas normalmente as intensões de tais sujeitos era apenas de roubar o tesouro do paraíso, sim, eles enganavam, mas eram expulsos, porém com a raiva de se retirar, arrancavam as flores pelo caminho da saída, tirando aos poucos a beleza do lugar, ferindo a tranquilidade alheia. Já outros confundiam o campo de flores com o paraíso e se complicavam, mas era algo que poderia ser resolvido sem danos. O tempo ali era ao contrario do real: As semanas passavam travando, dava pra sentir cada dia se passar lentamente e aproveitar cada boa sensação. Hoje as semanas passam como o vento, vazias e sem sentimento, não deixando sequer um rastro no ar. Tá vendo aquela montanha de gelo ali? Costumava ser o lugar onde o paraíso ficava, mas depois de tantos sujeitos expulsos arrancando flores de sua entrada, as pessoas pararam de vir visitar a fronteira, pois deixou de ser um lugar belo, e por falta de manutenção o paraíso se congelou. E ali, mais atrás? Consegue ver aquele deserto? sim, é claro que consegue, ele é imenso. Nem sempre foi assim, sem sempre foi escaldante e traiçoeiro como agora... Havia um oásis ali, com muita água e descanso para ajudar os visitantes em sua jornada, para incentiva-los a ir até o fim. E aqui nesta montanha em que estamos não havia ninguém, ninguém ficava distante, todos queriam estar na fronteira ou no paraíso.  O tempo era bom e vinha fácil, o sol era suave, a água era doce, o solo era fértil, todos estavam lá e todos se amavam... Tá vendo aqueles arbustos espinhentos lá embaixo? Eles não permitem que ninguém ultrapasse aquela fronteira. Aquilo lá é meu coração. Ele se fechou, não se abre mais não...

                                                                                      ~Kuroneko-chan
                                                                                            08.12.11

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Se foi

Me olha nos olhos, me conta mentiras
Não é de hoje que tenho histórias pra contar
O copo usado está sujo com o que bebeu
Ao passo que minha alma flui, se perdeu.

É a comida que joga no prato vazio
está vazio, está vazio.
E o no vazio havia uma luz
havia uma pedra. Em contrarregra, não mais vazio.

Tira esta lama do caminho
que a amargura vai passar
Cria uma desculpa pra um novo caminho
que a amargura vai passar por aqui
Estou sozinho.

Me cubra com um lenço
que eu te sufoco com o perdão
Faz frio, e eu sorrio.
Ninguém sabe, ninguém viu...
E eu já não me importo mais.

                                      Kuroneko-chan
                                            08.12.11




quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Obrigada :)

Queria só agradecer aos poucos que me visitam (:
São poucos, mas são esses poucos que me mostram que não devo parar de escrever só porque muitos não gostam de ler :D

Me sinto unergroud, ré (h)
SHAUSHUAHSUAHSUH

Sei que a qualidade do blog caiu nos últimos meses... pequei em deixar meu problemas tomarem conta de mim... Mas vou me concentrar mais e escrever melhor \o\ 
Pelo menos tentarei e_e" 

Até breve \o


Novo selinho

Poisé gentes... Graças ao meu amiguinho Andçú, peguei a mania de falar Joia, joinha e de usar um emoticon do jóia... isso me influenciou tanto que me vi obrigada a mudar o antigo selinho que era o "Selo SOUFODA de qualidade", usado em função da minha antiga mania de falar soufoda e coisas parecidas...

Mas o que o selinho tem aver com você, tia?
A resposta é simples, meu caro Aborigene di sítio... não te culpo pelos seus neurônios deficientes que não te permitem entender que este blog É MEU e fala SOBRE MIM... então tem que ter a ver comigo, entende?
Obrigado.

Este é o Antigo selinho :


Que foi substituido por este : 


O antigo selinho não havia sido criado por mim, eu o peguei ai perdido pela net, já o "JÓÓIAR" foi criado por mim... peço que se forem furta-lo, favor colocar os créditos e não retirar  a porra do meu nome.
Obrigado

Até breve \o


Versos de amor

Para um poeta erótico.



Parece muito doce aquela cana.
Descasco-a, provo-a, chupo-a... ilusão treda!
O amor, poeta, é como a cana azeda,
A toda a boca que o não prova engana.



Quis saber que era o amor, por experiência,
E hoje que, enfim, conheço o seu conteúdo,
Pudera eu ter, eu que idolatro o estudo,
Todas as ciências menos esta ciência!



Certo, este o amor não é que, em ânsias, amo
Mas certo, o egoísta amor este é que acinte
Amas, oposto a mim. Por conseguinte
Chamas amor aquilo que eu não chamo.



Oposto ideal ao meu ideal conservas.
Diverso é, pois, o ponto outro de vista
Consoante o qual, observo o amor, do egoísta
Modo de ver, consoante o qual, o observas.



Porque o amor, tal como eu o estou amando,
É Espírito, é éter, é substância fluida,
É assim como o ar que a gente pega e cuida,
Cuida, entretanto, não estar pegando!



E a transubstanciação de instintos rudes,
Imponderabilíssima e impalpável,
Que anda acima da carne miserável
Como anda a garça acima dos açudes!



Para reproduzir tal sentimento
Daqui por diante, atenta a orelha cauta,
Como Mársias - o inventor da flauta -
Vou inventar também outro instrumento!



Mas de tal arte e espécie tal fazê-lo
Ambiciono, que o idioma em que te eu falo
Possam todas as línguas decliná-lo
Possam todos os homens compreendê-lo!



Para que, enfim, chegando à última calma
Meu podre coração roto não role,
Integralmente desfibrado e mole,
Como um saco vazio dentro d'alma!

[Augusto dos Anjos]