domingo, 11 de dezembro de 2011

Fronteira.

                      Tá vendo aqueles arbustos espinhentos lá embaixo? Eles não permitem que ninguém ultrapasse aquela fronteira. Sim, é a fronteira para o paraíso, e ninguém mais passa por ela... Alguns corajosos tentaram pular por cima, ou usar algum tipo de arma ou ferramenta para atravessa-la, mas nunca conseguiram e nunca conseguirão. Estes arbustos são demasiado fortes  e os corajosos normalmente se ferem e vão embora. Tá vendo lá, ó? Antes não era assim, não era uma fronteira de arbustos espinhentos... Era um campo cheio de violetas e jasmins, tão belo que todos que aqui chegavam não sabiam se já haviam chegado ao paraíso, ou se esqueciam dele. Tão belo e agradável que preferiam ficar ali se divertindo num oceano de flores e paz. As vezes até acontecia de um se lembrar que havia um paraíso depois dali, mas normalmente as intensões de tais sujeitos era apenas de roubar o tesouro do paraíso, sim, eles enganavam, mas eram expulsos, porém com a raiva de se retirar, arrancavam as flores pelo caminho da saída, tirando aos poucos a beleza do lugar, ferindo a tranquilidade alheia. Já outros confundiam o campo de flores com o paraíso e se complicavam, mas era algo que poderia ser resolvido sem danos. O tempo ali era ao contrario do real: As semanas passavam travando, dava pra sentir cada dia se passar lentamente e aproveitar cada boa sensação. Hoje as semanas passam como o vento, vazias e sem sentimento, não deixando sequer um rastro no ar. Tá vendo aquela montanha de gelo ali? Costumava ser o lugar onde o paraíso ficava, mas depois de tantos sujeitos expulsos arrancando flores de sua entrada, as pessoas pararam de vir visitar a fronteira, pois deixou de ser um lugar belo, e por falta de manutenção o paraíso se congelou. E ali, mais atrás? Consegue ver aquele deserto? sim, é claro que consegue, ele é imenso. Nem sempre foi assim, sem sempre foi escaldante e traiçoeiro como agora... Havia um oásis ali, com muita água e descanso para ajudar os visitantes em sua jornada, para incentiva-los a ir até o fim. E aqui nesta montanha em que estamos não havia ninguém, ninguém ficava distante, todos queriam estar na fronteira ou no paraíso.  O tempo era bom e vinha fácil, o sol era suave, a água era doce, o solo era fértil, todos estavam lá e todos se amavam... Tá vendo aqueles arbustos espinhentos lá embaixo? Eles não permitem que ninguém ultrapasse aquela fronteira. Aquilo lá é meu coração. Ele se fechou, não se abre mais não...

                                                                                      ~Kuroneko-chan
                                                                                            08.12.11

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Se foi

Me olha nos olhos, me conta mentiras
Não é de hoje que tenho histórias pra contar
O copo usado está sujo com o que bebeu
Ao passo que minha alma flui, se perdeu.

É a comida que joga no prato vazio
está vazio, está vazio.
E o no vazio havia uma luz
havia uma pedra. Em contrarregra, não mais vazio.

Tira esta lama do caminho
que a amargura vai passar
Cria uma desculpa pra um novo caminho
que a amargura vai passar por aqui
Estou sozinho.

Me cubra com um lenço
que eu te sufoco com o perdão
Faz frio, e eu sorrio.
Ninguém sabe, ninguém viu...
E eu já não me importo mais.

                                      Kuroneko-chan
                                            08.12.11




quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Obrigada :)

Queria só agradecer aos poucos que me visitam (:
São poucos, mas são esses poucos que me mostram que não devo parar de escrever só porque muitos não gostam de ler :D

Me sinto unergroud, ré (h)
SHAUSHUAHSUAHSUH

Sei que a qualidade do blog caiu nos últimos meses... pequei em deixar meu problemas tomarem conta de mim... Mas vou me concentrar mais e escrever melhor \o\ 
Pelo menos tentarei e_e" 

Até breve \o


Novo selinho

Poisé gentes... Graças ao meu amiguinho Andçú, peguei a mania de falar Joia, joinha e de usar um emoticon do jóia... isso me influenciou tanto que me vi obrigada a mudar o antigo selinho que era o "Selo SOUFODA de qualidade", usado em função da minha antiga mania de falar soufoda e coisas parecidas...

Mas o que o selinho tem aver com você, tia?
A resposta é simples, meu caro Aborigene di sítio... não te culpo pelos seus neurônios deficientes que não te permitem entender que este blog É MEU e fala SOBRE MIM... então tem que ter a ver comigo, entende?
Obrigado.

Este é o Antigo selinho :


Que foi substituido por este : 


O antigo selinho não havia sido criado por mim, eu o peguei ai perdido pela net, já o "JÓÓIAR" foi criado por mim... peço que se forem furta-lo, favor colocar os créditos e não retirar  a porra do meu nome.
Obrigado

Até breve \o


Versos de amor

Para um poeta erótico.



Parece muito doce aquela cana.
Descasco-a, provo-a, chupo-a... ilusão treda!
O amor, poeta, é como a cana azeda,
A toda a boca que o não prova engana.



Quis saber que era o amor, por experiência,
E hoje que, enfim, conheço o seu conteúdo,
Pudera eu ter, eu que idolatro o estudo,
Todas as ciências menos esta ciência!



Certo, este o amor não é que, em ânsias, amo
Mas certo, o egoísta amor este é que acinte
Amas, oposto a mim. Por conseguinte
Chamas amor aquilo que eu não chamo.



Oposto ideal ao meu ideal conservas.
Diverso é, pois, o ponto outro de vista
Consoante o qual, observo o amor, do egoísta
Modo de ver, consoante o qual, o observas.



Porque o amor, tal como eu o estou amando,
É Espírito, é éter, é substância fluida,
É assim como o ar que a gente pega e cuida,
Cuida, entretanto, não estar pegando!



E a transubstanciação de instintos rudes,
Imponderabilíssima e impalpável,
Que anda acima da carne miserável
Como anda a garça acima dos açudes!



Para reproduzir tal sentimento
Daqui por diante, atenta a orelha cauta,
Como Mársias - o inventor da flauta -
Vou inventar também outro instrumento!



Mas de tal arte e espécie tal fazê-lo
Ambiciono, que o idioma em que te eu falo
Possam todas as línguas decliná-lo
Possam todos os homens compreendê-lo!



Para que, enfim, chegando à última calma
Meu podre coração roto não role,
Integralmente desfibrado e mole,
Como um saco vazio dentro d'alma!

[Augusto dos Anjos]



quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Hope

Trouxe potes, para que te sirva
Trago flores, para que te agrade
Vim de longe, outro mundo estranho
E de lá tenho muito.

Tenho lembranças, tenho barulho.
E nunca irei deixar...
Mas daqui quero saber
Onde o vento pode voar...
Onde a água vai desaguar...
Onde o berço vai me acolher?

Sinto muito, logo adianto.
Quero tanto, já garanto.
Me iluda, me minta
Me mate, mas me sinta.
E deixe mudar.

A.M.  was for you but you're gone :/

                                          Kuroneko-chan 10.11.2011

Poison Heart

Nosso acordo foi quebrado
E não há a quem recorrer
Se antes algo assim se procedesse, eu juro
Tudo estaria azul.

É algo inevitável
Cansei de caminhar pelo lado errado
Cansei de cantar o meu passado
O vale de rosas secou, só restou-lhe os espinhos.

Mas ainda existe em mente
Posso sentir o aroma
E vem me visitar a serpente
Desisti de te matar...

O sol se põe e eu fico nu.
Voei por outros montes
Segui outros gigantes, matei as esperanças
E morri.

Renasci, me transformei
Voltei como outro rei
E sei que aqui eu mando
Neste lugar quente, pequeno, rosado, cinzento
Tenho um belo veneno.
E tomei.

                                     Kuroneko-chan  10.11.2011

Novembro

E ai, tudo joia?
Well... esse textinho tá uma bosta, mas eu sei lá... tem algo nele que achei estranho >_>"
Não sei se é porque nele fiz referencia a um dos meus escritores favoritos (Augusto dos Anjos).
Bem... goste ou não, lá vai,,,, (eu não gostei :D)

Então não me procure no mês de novembro
Ainda me lembro como fui chegar...
Então não me queira ter a alegria
De não me importar
Qualquer coisa incômoda
E não vai morrer, ficar.

Ponha tudo em seu lugar
Tão longe a fonte ficou.
Não longe encontro dor
E não morre, fica.
Ficará.

O verde é verde e assim sempre será.
O Dó é Dó e maior ele vai ficar.
E não tenho dó de tua chaga
Quando apedrejas esta esta mão vil que te afaga
E escarras na boca que beijas....
                                                (Kuroneko-chan 30 de novembro de 2011)
   
Obviamente não chega nem aos pés de "Versos Íntimos" de Dos Anjos...
Então pra não ficarem com uma sensação chata de terem lido uma infâmia tal, tá ai pra vocês "versos íntimos", pra se deliciarem (:




                                        Vês! Ninguém assistiu ao formidável
                                        Enterro de tua última quimera.
                                        Somente a Ingratidão - esta pantera -
                                        Foi tua companheira inseparável!


                                        Acostuma-te à lama que te espera!

                                        O Homem, que, nesta terra miserável,
                                        Mora, entre feras, sente inevitável
                                        Necessidade de também ser fera.


                                        Toma um fósforo. Acende teu cigarro!

                                        O beijo, amigo, é a véspera do escarro, 
                                        A mão que afaga é a mesma que apedreja.


                                        Se a alguém causa inda pena a tua chaga,

                                        Apedreja essa mão vil que te afaga,
                                        Escarra nessa boca que te beija!
                                                                                 (Augusto dos Anjos)

Beeijos mil :*

Blueline

Oi \o
Sumi uns tempos, né... Bem, problemas, problemas e problemas... mas enfim, acho que como ninguém lê isso aqui ninguém sentiu minha falta :D
O proximo texto eu escrevi em inglês e chequei agora no translate pra ver se tava tudo certinho... Bem, eu acho que tá joia... Perdoe-me caso haja algum erro, não sou fluente em inglês :B
E lá vai...


I get lost
When everything seems so strange
When the sky seems so darkness
When my friend seems like she lost her place.

I am old
And everything are getting so cold
And I forget all that I have told
And this room now are so empty

I lost my turn
Now you look at me without soul
want to tell me things so hurtful
And cut my only linehope

So do it
Don't be afraid of you want do
Don't be afraid of the trouble you get into
Don't act like I cared about my feelings
Cuz I don't.

In this time
I have runed up bars
I jumped so close the stars
I almost losed my blueline
But now I just want to freak out
Alone

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Bacterium

Moça
Faz parar de chover,
Pois a chuva já levou tudo o que tinhas.
Só não essa mágoa.
Moça
Faz parar de chover
Põe um sorriso no rosto, seca esta água.
Pois ninguém fará por ti o que tu anseias ser feito
Pois ninguém mataria por ti, como matou a si mesmo
Moça
Faz o sol brilhar, ele não gosta desse jeito.
Moça
Tu já sabes reclamar, mas nada que fizer poderá mudar
Não há perdão.
Me diz como queres vitória,
se não estás no campo à batalhar?
Me diz como se sente cansada,
Se nenhum esforço vi em teu lugar?
Me diz porque de perdedor choras
Se assim, não há o que ganhar?
Pára de andar pela sombra
faz viver a memória do lugar em que nunca esteve lá
Eu sei, eu sei, eu sei, eu sei
Que tua dor é maior e agora ela só aumentará
Porque tudo o que viveste não é perda, não é cor, não é dor.
E tampouco falta de pudor...
É que tu nunca tentou, amor.

- Quero as tuas bácterias
  Seja lá quais sejam elas
  Eu só sei que quero -




                Kuroneko-chan
                      26.09.11

Fato

Ao entrar no quarto, se depara com a cena:
Escuro, molhado, encolhido, calado.
Pobre animal, nesse estado dá pena.

Outrora forte, vaidoso, bonito
Lançava seu esplendor pelas praças de granito
Mas de belo, se foi o esmero, surgiu do grito.

Grito de dor, agonia, perdão, nostalgia...
Roídos de rato: estão no porão
Se não fosse grato e sem coração
Não estaria largado, caído no chão...

                               Kuroneko-Chan
                                     08.09.11

Meus demônios

                 Era uma manhã gélida e cinza. Acordara às seis da manhã, tem trabalho às sete. Não queria acordar, tão bom o sonho que estava tendo... Ao tocar do despertador, não lembrava mais de nada desse sonho, só sabia que era bom e que era algo que envolvia seus amantes e alguém lhe enviando bilhetinhos declarando seu amor. Na vida real não era assim, nunca foi. Ninguém nunca lhe enviara bilhetinhos de amor, e também nunca tivera amante algum. Pelo menos não de verdade, não bom, desses que duram tempo, que não é nada sério, mas que você gosta, e liga, e sabe, e tem e vai. Não. Tudo que sempre teve foram anos e anos de solidão. Solidão esta querida, solidão esta buscada, mantida e principalmente confortável. Nunca gostou de ser tão só, mas era mais fácil.
                 De repente, uma parte do sonho, uma "cena", passa por sua mente. Como um automóvel a mil por hora que passa e não deixa rastro. Sentiu de novo aquela coisa estranha. Aquilo a deixava ansiosa, aflita, desconfortável, insegura, louca. Era quase uma cólera, um tanto mais leve. Sentia isso toda vez que pensava nele. Mas como? Não havia pensado nele! Bem... pelo menos não até aquele momento.
                  Ao chegar no trabalho, tudo igual: Bom-dia!/ Licença/ Bom-dia!/ Essa-não/ Oh-Deus-mais-um-dia/ Bom-dia!/ Aqui-vamos-nós/ Pois-sim/ Pois-não/ Orr. E aquele mesmo vazio, aquela mesma expressão apática, aquela sensação de falta. Falta de alma, de vida. E aquela coisa estranha não se ia... Mas como? estava trabalhando, não estava pensando nele... Droga, não até aquele momento. E isso se prolongou até a hora do almoço, quando saía naquele sol-infernal-de-uma-da-tarde e caminhava até a praça Solitaire (um tanto irônico, mas perfeitamente assim). Tantas sombras que nunca lá, tantos sopros de vento, tanto vazio, tanto ninguém ali, tanto não ela ali... - São meus demônios - ela pensou. E sentou-se num banco à sombra, abriu seu livro de Caio, seu tão amado Caio, e pois-se à ler. Dama da noite, eles a chamavam assim, e nem sabem que dorme o dia todo... Até que uma ventania forte se ergue. Ouviu seu nome ser chamado, ouviu perfeitamente. Olhou para os lados, mas não viu ninguém. Olhou para cima, e as nuvens cobriam os sol-infernal-de-uma-da-tarde. Tudo nublado e cinza, como aquilo alojado em seu peito. Assim perfeito. Não mais só, chamaram seu nome. Assim perfeito. - São meus demônios - ela pensou, e sorriu.

                                                                  Kuroneko-Chan
                                                                      23.09.11

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Dar não é fazer amor.


Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...
Te chama de nomes que eu não escreveria...
Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais. Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar....
Sem querer apresentar pra mãe...
Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.
Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado...
Te molha o instinto.
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem
esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para os mais desavisados, talvez anos.
Mas dar é dar demais e ficar vazio.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar
o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:
"Que que cê acha amor?".
É não ter companhia garantida para viajar.
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.
Dar é não querer dormir encaixadinho...
É não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.
Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar
Experimente ser amado...



(Luís Fernando Veríssimo)

News

Estamos sob a mesma condição, de mãos dadas
Será que é em vão?
Cansei de pedir perdão por coisas que não fiz.
E assim não vou fugir de mim...
Cansei de dizer coisas que não quis e que jamais faria.
Cansei de sonhar com o amanhã obscuro e azul,
Que nunca chegará.

O amanhã não existe.
O ontem também não.
Mas você não resiste, e eu já disse: Sim, é em vão.
É redundante dizer: I you forever together, never ever.
Por que eu sei que você sabe que eu sei. E você sabe que tudo o que não fiz não valeu a pena.
E tudo que insisti em fazer, sabe que não me arrependo, mas nada disso valeu a pena.

Não sei se é o certo, mas sei o que quero
E eu quero.
Não importam mais as consequências vis.
Não importa mais. Mas com eu cheguei aqui?
De que me importa ter o que sonhei, se não sonho o que tenho?
De que me importa ser rei,
se nesse reino eu me detenho?

Eu me recuso, recuso, recuso e uso e abuso
E já não mais é Não.
E é em vão.
Não.
Sim.
Não por mim.


                                                    Kuroneko-chan
                                                       15/09/2011

domingo, 11 de setembro de 2011

Sem tí

Eu queria ser você, toda vez que você está triste.
Mas não queria que você fosse eu enquanto eu sou você sendo triste. Porque ser você, talvez, nem sei tanto de tua vida assim, às vezes é ser feliz também, e não quero te privar deste privilégio... e ser eu é ser triste sempre.
Eu queria ser você  toda vez que você sofre, pois já me acostumei a ser sofrido, e sofrendo eu vou, e vou querendo poupar-te de ser como eu, assim, sabe, triste.
Queria ser você toda vez que te desesperas e choras, pois mesmo sendo um momento ruim, estaria com você.
Queria ser você nos dias sombrios, não por te invejar, mas pra só saber de ti de quando estás feliz.
Queria ser tu quando teu peito dói, mas não queria que tu fosses eu enquanto sou tu com o peito a doer. Pois meu peito sempre dói e de nada adiantaria ser tu.
Eu queria que tu quisesses que eu fosse tu enquanto sofres, pois só assim te teria, não só em mim, mas pra mim. E te teria pra mim por você, pra tu só ser feliz. Assim, não que nem eu.

                                    Kuroneko-chan
                                         30.08.11

Bom dia (:

Mais uma vez sem criatividade pro título T_T rs'

Santa hipocrisia que enganou,
Mentiroso protetor,
Se a mim confiou a verdade divina.
Sempre se guarde, nunca se mostre, amém.
Sempre só faça o que te mandarem e não o que você quiser fazer também.
Diga que ama, como quem diz bom-dia pra alguém.
Instigue a briga, provoque conflitos, mas na minha frente só faça o bem.
Renegue teu Deus, humilhe seus semelhantes... é assim que você vai "além"?

                                       Kuroneko-Chan
                                            21.08.11

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Uma flor, uma espada. (Duplo)

São dois textos, porém ambos estão interligados. Girando em torno de uma flor e uma espada (:

Ato I

Uma flor e uma espada.
São tudo que tenho...
E nesta estrada, longa estrada, está tudo em minhas mãos.
Era uma emboscada: Matar a flor, tirar o pólen.
Era uma emboscada: Viciou-me, seu aroma viciou-me.
E a extinção, tormento, ilusão...

Uma flor e uma espada
Doce aroma, cravado em batalha
No ser, um corte e podre odor de morte.
Nada tive, nada tenho, nada perderei...
Flor e espada, tão bela combinação
Presenteie a dor...
Meu bem, eles vão te magoar. Encontra teu canto!

Uma flor e uma espada
Um par de botas e um espelho.
Nenhum objetivo, nenhum lugar.
Mas saberei, caso chegue lá.
Ferir o semelhante, triste flor...
E seja quanto triste for, me vou.

Uma flor e uma espada
Um santo e um arco-e-flecha
Um canto, uma seresta, só pra te ganhar...
O rei já decretou, o ministro aceitou: Me vou.
Sem meu lugar, vou já.
Desesperar, vou já.
O erro voltará, vou já.
Descansar, vou já.
Matará, vou já.

É-por-ti.


Ato II

Uma flor e uma espada
São tudo que tenho, além da longa estrada.
Esta dor em meu peito,
Tristeza no olhar...
Tentei matar de todo jeito
Mas quando penso naquilo que por mera desventura
ou ventura de não ter, só me faz viver.
E viver me suga a vida,
Viver me rouba a alma
Viver me tira a calma
Viver me mata, e viver sem aquilo lá...
É tortura... Doença sem cura, pecado sem salvação, sem perdão.
Perdão.

                                                         
                                                                  Kuroneko-chan
                                                                     29/08/2011


sábado, 20 de agosto de 2011

A mais bela borboleta do universo

Era um dia cinza, eu estava por traz das grades cinzas da minha janela cinza, que dava para o meu quintal cinza. Onde lá, eu podia ver as trepadeiras intrigantes, do meu muro cinza. Estava lá: Enorme, amarela e delicada. Lá no quintal ela estava, com suas asas pomposas se mascarando no ambiente. Não, não estava na janela do quintal, nem dentre flores, nem pelas as árvores. Estava bem ali, naquele muro. Não estava à cima ou à baixo do muro, não estava nos ninhos, nem nas Samambaias. Estava bem ali, onde aponto meu indicador direito, exatamente naquele ponto, ao alcance de minhas mãos, se escondendo por entre as folhas mortas daquela trepadeira que eu não sei o nome. - Tolice! - Disse a razão, um tom arrogante - É apenas uma folha seca, presa nas outras folhas também secas e também presas, estas por sua vez, no muro.
Não, não era uma reles folha seca. Era um linda borboleta, que estava além das grades cinzas da janela cinza e além do pólen louco das flores cinzas do meu jardim. Cinza. Era uma enorme e graciosa borboleta, cujo desenho nas asas lembrava aquele céu mágico estrelado das noites de verão, com duas luas cheias e hipnotizantes. Era a mais bela borboleta do universo e veio pintar o meu jardim cinza de flores velhas e folhas secas, e cinzas. Era a mais bela borboleta do universo, e seu nome era Vida. A Vida era linda, a Vida era alegre, a Vida era radiante, a Vida voava de um jeito engraçado e único, a Vida vinha fácil, a Vida pousou em meu dedo e descansou em minhas mãos, pois era corajosa. E depois de tudo, Vida se foi... Depois de me fazer companhia, de voar pra mim e pintar meu jardim, Vida foi embora. O tempo passou, e estava na hora. Agora, ainda atrás das  grades cinzas da janela cinza, olho para o muro cinza, e vejo a Vida no mesmo lugar, imóvel. Não na janela, nem pelas flores ou pelas árvores. Está bem ali naquele muro, no exato ponto onde meu indicador direito indica, ao alcance de minhas mãos. E vida está velha e seca, vida está lá morta e presa entre as folhas também secas e mortas daquela trepadeira que não sei o nome. - Essa Vida é apenas uma folha - Repetiu a razão.
- Não, é uma borboleta, a mais bela borboleta do universo. Me deixa sonhar só mais um pouquinho...



                  Kuroneko-Chan
                       19.08.11


*No texto original, a borboleta se chamava 'Você' e não 'Vida' =B
Até que enfim um título que presta \o\

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Sua falta de memória mata.

                Nos invernos, Campina Grande era sempre mais agradável. Nas férias do meio do ano, todos corriam para o litoral, e a cidade ficava deserta. Só quem ficava por lá era a turminha undergroud/neo-punk-pós-medieval-modernista [?] que costumava habitar as poucas praças concentradas no centro daquele lugar. Frequentavam esses lugares Tami Netsubasa, que era nissei, mas que odiava ser descendente de japoneses e tinha inveja das brasileiras porque achava bonita a mistura de etnias, Laura Tokoshiba, que também era nissei, filha de uma alemã e um japonês, tinha uma beleza exótica, mas achava a “beleza interior” mais importante, e por fim Renata Lima, mais conhecida como ‘renren’, que não era nada, nem nissei, mas só queria ser. Elas eram melhores amigas forever. Renata tinha um amor platônico por fulano, que por sua vez amava (também platonicamente) Ana, que tinha um amor, não platônico, mas perfeitamente reciproco e correspondido por Joãozinho. Tami gostava de festas, vodca, flores, vestidos, doces, e escutava musica pop. Laura gostava de eventos, vinho tinto, radinhos de pilha, macacões, sushi, e escutava new wave. Renren gostava de chuva, sangue, gin, cortes, frio e escutava metal. Nos fins de semana Tami e Laura costumavam sair, ir a barzinhos, ficar com alguns meninos, beijar algumas meninas, dançar, cantar, celebrar a vida. Renren ficava em casa, imaginando o que fulano estaria fazendo, e se ele gostaria de estar ali. Às vezes ficava muito triste pensando porque fulano nem parecia se importar com a existência dela, furava as veias com uma agulha, e ficava lá observando a veia inchar e o sangue escorrer. Fulano... Não importa o que fulano fazia nos fins de semana, e Ana viajava pra casa de Joãozinho. Ana sabia do amor de fulano, e até gostava um pouco dele, mas também gostava um pouco de Joãozinho, e não podia ficar com os dois. Fulano sabia do amor de Renren, mas preferia fingir que não. Renren era ForeverAlone, até apareceram alguns pretendentes, mas ela era doente por fulano. Doença: era assim que ela descrevia o que sentia por fulano, aquilo não era normal. “Só se esquece um antigo amor com um novo” – Era o que Tami e Laura sempre diziam a Renren, mas ela não conhecia mais ninguém. Ninguém conhecia mais ela. Um dia, fulano, amargurado por Ana, deu bola pra Renren, que não perdeu a oportunidade. Mas morreu de amargura porque dias depois fulano fingiu que nada tinha acontecido. No seu enterro, Tami, Laura, Ana na maior cara de pau (que na verdade só foi mesmo porque fulano estava lá), e fulano, que em meio à lagrimas nem-tão-sofridas, lembrou-se daquele dia, e em meio a um soluço e outro, bem baixinho pediu perdão - Ele apenas esqueceu.

kuroneko-chan - 11.08.11

Ficou uma bela bosta.
Mas rééé.

domingo, 7 de agosto de 2011

Estou com sérios problemas dos olhos. Grande parte desses problemas, minto. Todos estes problemas, se devem ao fato de um outro sério problema: A falta. A falta de um assunto pra puxar, a falta de um amigo pra me ouvir, a falta de um corpo pra abraçar, a falta de compaixão para com meus semelhantes, a falta de educação com a qual me habituei por medo (ou vergonha) de ser alguém mais agradável, a falta de respeito, a falta de ti que me dói o peito, a falta de ar que me dá quando te vejo, a falta de comunicação, a falta de lucidez, a falta, enfim de algo, um algo tão estranho que ninguém consegue definir com clareza, algo que tem fascinado todos através das gerações, fazendo com que busquem a resposta perdida (E que em minha não-muito-importante-barra-requerida opinião é apenas um infeliz acidente), este algo meio mistico, meio desgraçado, meio abençoado, divino, e para alguns até mesmo perfeito, que andam chamando por aí de 'vida'. E a relação que este problema de faltisse aguda tem com o problemas na 'vista', é que tudo isto, somado, às vezes me dá uma sobrecarga de H²O nos organismo, é. Aquela água com sal que sai por pequenos poros, chamados de vias lacrimais, quando nosso rosto fica vermelho e quente, ficamos com dor de cabeça, e algumas veias ficam meio rígidas, nossa boca faz involuntariamente uma curvatura para baixo, nos dando um ar daquele sentimento que chamam de tristeza. Não sei o que houve, não sei se é por que faz demasiado tempo que sofro dessa tal faltisse, mas é que a água com sal não sai mais pelo meus olhos, mesmo com todos os outros sintomas da tristeza, meus olhos ficam turvos, ardendo, secos, ásperos, e esta maldita água não se esvai, ao passo que meus olhos ficam a cada dia mais doentes.

      Kuroneko-chan
        07/08/2011

domingo, 31 de julho de 2011

Breve

Eu descobri, eu sou a arte.
Eu estou por toda parte.
Eu aprendi, e agora eu sei:
O que eu sou, eu inventei.

Kuroneko-chan
 07/2011

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Flôr

Por favor, que este momento não acabe,
Que este abraço não se finde,
Que este olhar não se afaste,
Que este amor não se perca,
Que este sorriso não suma,
Que esta bobagem não cresça,
Eu  sou só uma criança, e não sei me defender,
Nunca tive esperança, mas não desisto de você.

                              Kuroneko-chan
                                 25.07.2011


(que bonitinho :D)

Poo.

Dentre tantos rostos, tua face busquei...
Após longos conflitos, tormentos aflitos,
só agora encontrei, e me vi ao pé de ti.
Mas é tarde.

Dentre tanta gente comum e fria,
por teu calor procurei
Cedo recebi, mas sem perceber, me retirei.
E já é tarde.

Nos vidros de teus olhos, busquei meu reflexo.
Mas não vi.
No furor de tua idade, eu quis ser espelho,
mas não estava ali, e já é tão tarde...
Em meus olhos cacos, está tudo aos pedaços,
E no tormento, derretem-me a visão.

Porém, não há por que ir embora,
sempre estarei aqui.
Torcendo pra que ai fora
chova, e eu finalmente consiga dormir (viver o sonho).

                                            Kuroneko-Chan
                                               25.07.2011

domingo, 10 de julho de 2011

Então, né...

Tanta coisa se passou,
E você tão distante.
O que a gente começou, poderia ir mais adiante...
Hoje me sinto preparada, e você não está?
Está muito quente aqui, vamos para outro lugar?

Sei que isso não é certo,
Mas o errado convém.
Por mim está tranquilo, e por você, tudo bem?

Os nossos tempos são de ouro, vamos aproveitar!
Não sei o que houve com você, não quero nem perguntar...
Num dia desses eu te ligo, vamos marcar pra sair...
Aquilo que você disse, não pense que eu esqueci.

Não vai marcar a minha existência,
E peço que perdoe a minha insistência.
Um crime como esse, não tem como perdoar
Mas meu caro, eu te digo, cansei de choramingar...

Você é mais que um cúmplice
Você é coautor.
Mas o feito foi feito,
e por isso mesmo ficou.

                                   Kuroneko-Chan
                                         10.07.11

Esse texto não faz muito meu gênero, mas eu fiz, né, ué.
Foda-se U_U"

Genoveva.

Eles dizem te amar,
mas você está só.
Eles não parecem se importar
e você se sente menor.
Talvez sofrer tanto não seria assim,
é porque ninguém está vendo, que você acha ruim.
Perguntam como você está
e não sabe o que responder...
Mas no fim, não importa: bem ou mal,
Eles não ouvem você.
Talvez, até, de fato,  seja "algo" que eles amem
Mas não faz diferença o que tu fazes
Sempre estará em segundo plano
Pois há sempre alguém melhor
Pois há sempre alguém perfeito.
E você pode ser resumido simplesmente como: DEFEITO.

                                                  Kuroneko-Chan
                                                       10.07.11

Decision

Mais um semestre se passou,
E eu te busquei.
Busquei pelos campos, flores, florestas, cidades...
Até outros mundos viajei,
Até outras dimensões ousei.
E, hoje, ainda não encontrei o que procuro.

Os sábios dizem para olhar melhor,
Pois a melhor coisa do mundo está em nós,
e por infortúnio só a descobrimos tarde de mais.
Os loucos dizem que já se foi o pior,
e que o pior amor do mundo acontece quando se está só.
O mago disse que melhor é sonhar,
que aqui não é bom, e não existe...
melhor é mudar.
Niilistas aconselharam parar
De nada mais adianta continuar.
O poeta disse pra seguir e rimar,
O escritor estimado disse ser tolice
Melhor seria trocar as últimas silabas
Parar de respirar.

E eu o que digo ?
Que aqui vou ficar!
Se nada mais eu tenho,
De nada custa esperar...

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Last Night.

Foi tão bom estar contigo...
Mesmo que só por alguns segundos,
Cada milésimo me rendeu algum aprendizado.
Foi tão bom te ouvir mais uma vez...
Mesmo estando calado.
Cada ruido foi importante pra mim.
E do teu silêncio, musica em meus ouvidos.
Tua calma, teu carinho, teu olhar severo, teu colo e ouvidos, teu calor, tua música, o tempo, momento, e a beleza disto...
Tudo se prendeu em mim.
Foi tão bom viver contigo...
Sim, te tendo amigo, te entendo amigo.
Mesmo sabendo que a mais pura realidade... foi apenas um sonho.

                                                                                   Kuroneko-chan
                                                                                         07/07/11

Se você se identifica, eu não acho isso um pensamento saudavél. U_U

sexta-feira, 1 de julho de 2011

E para o resto do mundo,
Deus lhes deu sapatos, para servir-lhes,
Então coloquem-nos e usem-nos.
Seja você mesmo, cara.
Tenha orgulho do que você é.
Mesmo se isso soa meloso,
Não deixe ninguém lhe dizer... Que você não é linda.

                                                                     (Eminem)

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Live Alone

Eu quero viver sozinho
Porque o maior amor é sempre arruinado pela aversão
O argumento de vida
Eu quero viver sozinho
Eu poderia ser feliz comigo mesmo
Viver o resto da minha vida
Com a vaga sensação de
Eu. ..

Onde quer que você esteja
Quem quer que esteja lá
Você sabe que eu ficarei aqui
Eu vou estar aqui
Desejando poder estar lá
Onde quer que você esteja
Quem quer que esteja lá
Você sabe que eu ficarei aqui
Eu vou estar aqui
Desejando que eu quem estivesse lá

E assim eu vou viver sozinho
Eu não estou dizendo que o nosso amor é o maior
Mas eu estou apaixonado por você
Quero ficar apaixonado por você
Então eu vou viver sozinho...
                                   (Franz Ferdinand)

sábado, 18 de junho de 2011

heart.

É um dia em que não há muito a se fazer. Acordo-me cedo, como de costume, e fico na cama a esperar que alguém venha me chamar para tomar café com um beijo e um abraço de bom-dia. Espera esta que me consome, e por mais que eu tente não esperar, ela não se vai, mesmo sabendo que não há ninguém ali para me fazer essas coisas. Fico deitado até tarde, pois não há nada que me motive a levantar, até o momento em que o tédio me toma os nervos, e me deparo com pensamentos absurdos. Dou uma volta pelos cômodos e verifico se de fato estou só. Sim, estou. Dou uma olhada no relógio: 11h27, é não adianta tomar café essa hora, inclusive estou sem fome, deixa pra lá. Tenho coisas para fazer, mas as faço depois, só há isso pra fazer e tenho o dia todo. Mas não tenho mais nada para fazer, sento-me no sofá e olho para o nada, como se alguém estivesse ali. De fato há alguém ali, um ser imaginário, um alguém que pode me ouvir, que quer me ouvir, um ser meu, um eu. Começo o desabafo:
  - “É ela, é ela a culpada de tudo isto. É ela quem me deixa neste estado, ela que poderia me salvar, mas não o faz. Por quê? Por quê? Ah, maldita. Oh, como eu a amo, a amo mais que a mim, a amo mais que o ócio, a amo mais que as sextas-feiras de beberrão, a amo mais que carne fresca acompanhada de litros de whisky, o meu amor por ela é tão maior quanto a minha aversão pela humanidade, é bem maior do que qualquer coisa que se possa medir. Apenas ela pode me salvar, mas não o faz. Não por não poder, mas porque é tão má e cruel, que prefere me deixar desse jeito. Apenas porque não quer.”
 O nada me fita, como de estivesse errado. Sim, estou. É a mais pura loucura desabafar para o nada, e crer que o mesmo esteja me olhando. Faz um belo dia, ensolarado, mas não é aquele sol irritante que te queima a pele ao menor tempo que esteja exposto à ele, é aquele sol ameno, com algumas nuvens e um vento aconchegante, perfeito para  ir a praia, olhar o mar. Mas não o faço, mesmo estando praticamente de frente para o mar, não vou. Não há com quem ir, não há por que ir, e ir não muda em nada o que eu sinto. E o que eu sinto? Um tão grande e absurdo nada. Um nada tão gigantesco quanto o universo e mais: tão gigantesco quanto o universo dos universos, com um buraco negro bem no centro. Não sei por que sou assim, mas não me lembro de sentir outra coisa se não esse nada, não me lembro de sentir nem ao menos uma vontade de saber o porque... Enquanto lá fora o sol brilha e todos estão felizes, aqui dentro é frio e tudo me parece sutilmente sombrio. As paredes continuam me fitando de forma ameaçadora, como se fossem me engolir, a solidão que me cerca, me sufoca também, e estou a me afogar em pensamentos vis. Então alguém bate a porta. Maldição! Mais do que estar só, odeio estar acompanhado, até mesmo se for ela,odeio, odeio! Deixem-me em paz! Vão incomodar a desgraça doutro! – estes foram os meus pensamentos em tal momento, mas não condisseram com minha atitude solene de abrir a porta educadamente. Sim, era ela. Havia tanto para ser ouvido, havia tanto para ser dito. Mas tanto que nunca fora ouvido e tampouco mencionado.

                                                               Kuroneko-chan, 18 de junho de 2011

terça-feira, 14 de junho de 2011

Odiosa natureza humana

Se todo mundo fosse embora
E só eu ficasse aqui
Eu teria nessa hora
Um bom motivo pra sorrir
Se tudo desaparecesse
E nao ficasse mais ninguém
Somente num dia desses
Eu passaria muito bem
Sonho que eu tenho por noites seguidas
Do mundo acabando num belo dia
Sem choro nem despedida
Mesmo porque ninguém se conhecia
Chame de misantropia ou como quiser
Mas você não me engana
Não perde quem desconfia
Culpa da nossa tão odiosa natureza humana
                                                    (Marco Donida)

Merece mil selinhos (mas só um basta)


segunda-feira, 13 de junho de 2011

(=

 "Eu te amei muito. Nunca disse, como você também não disse, mas acho que você soube. Pena que as grandes e as cucas confusas não saibam amar. Pena também que a gente se envergonhe de dizer, a gente não devia ter vergonha do que é bonito. Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas — se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso. Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim."
                                                                                       Caio Fernando Abreu

domingo, 5 de junho de 2011

Lament

Algo me chamou.
Não sei em quem confiar, nesta escuridão não se sabe nada.
Pégaso hoje – e sempre – voa sem cela.
Posso vê-lo pela janela.
Me dá esperança.
Mas eu não consigo acreditar que a vida é bela.

E todos morreram,
Eles nem ao menos tentaram se salvar
Medíocres,  preferiram a morte
Mas pensando bem... Fizeram o melhor..
E agora, sem demora neste mundo perdido de outrora
Corro, para me salvar...
Os demônios do passado continuam a me procurar.

E você, onde está agora?
Deixaste que te levassem, ou te salvaste ?
Me encontre, me leve, me mate.
Mas se for pra mergulhar no inferno com todos aqueles,
Eu prefiro ser o escravo.
Aquele escravo fodido que jamais se libertará
E pela eternidade verá o arco-íris distante...

Kuroneko-chaan 06/06/2011

Que.

Eu tenho um branco
E tenho uma missão: Transformar isto em você.
Eu viraria alquimista, só pra criar uma coisa qualquer,
Que me levasse até ti, que me faça te ver.

Eu tenho um vazio
E tenho uma vontade, a de te conhecer.
Quero mais que a mim, saber quem és,
E saber como consegues me deixar neste estado de sinestesia.
Agonia.

Você está sofrendo, está desmoronando
Caindo em suas próprias ruínas,
Sim, eu sei. Posso ver a dor em seus olhos...
Não tema, se liberte, me sinta.
Eu também tenho um sonho.

Você diz que todo mundo está mudando,
Mas eu não consigo sentir. Eu não consigo ver.
 E você continua procurando as razões, o porque.
Mas a navalha continua atravessada em seu peito.
E eu já não sei se me importo.

Olhei dentro dos olhos daquela pessoa no espelho,
Procurei algo, uma resposta, uma proposta
Um sentimento, um movimento.
Mas aquele vazio foi tudo que vi.
Eu não tenho nada para oferecer,
Eu não sou nada, nem significo algo pra você.
Mas do meu nada eu faria de tudo.
Transformaria o mundo, com meu nada
Só pra ser algo, fazer algo por você.

E isso não é tudo
Mas o sol está brilhando e temos um mudo pra mudar.
Siga seu caminho amargo agora.
Vá pela luz.
Porque tomei todo o escuro pra mim, construí meu castelo
Com toda as sombras do mundo, com todas as lagrimas derramadas
Por estas almas inocentes.

Não estou clamando por justiça,
Agora sei o que quero, e quero tirar todo teu sofrimento
Toma-lo pra mim, quem sabe assim serei feliz
E você será quem diz
Amém.


Kuroneko-chan 06/06/2011

Apenas saiu, eu não entendi D:
hsuahuhsa deixe seu coment \o 
inté :*

sábado, 4 de junho de 2011

Amateu.

Eu quero isso, eu quero mais.
Tua raiva é minha paz
E nada é tão triste quando ser assim.

Talvez seja egoísmo, eu sei.
Mas só tu não recebeste o que eu dei.
E nada disto vem pra mim.

Tens oportunidade, é verdade
Além de liberdade pra fazer o que quiser.
Porque de nada mais vale o amor daquela mulher.

Criei.
Criei um outro, uma imagem.
Um ser que não existe, e é triste.
Tanto quanto ser assim.

Aguardar que um dia de risque
Ou rabisque
Vá embora, ou se complete.
Me complete.

Kuroneko-chaan - 04/06 /2011

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Éramos nós...

Lembra quando éramos um só?
O mundo todo podia dar nó...
Éramos nós.

Chovia e fazia frio lá fora,
Mas aqui, sempre sol e mar...
Éramos nós.

Mas como vento e moinho,
cada um tem seu rumo, seu próprio caminho.
Éramos nós...

Kuroneko-chan
04.05.11


sábado, 21 de maio de 2011

Adiamento

(Álvaro de Campos  <3)
Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã... 
Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã, 
E assim será possível; mas hoje não... 
Não, hoje nada; hoje não posso. 
A persistência confusa da minha subjetividade objetiva, 
O sono da minha vida real, intercalado, 
O cansaço antecipado e infinito, 
Um cansaço de mundos para apanhar um elétrico... 
Esta espécie de alma... 
Só depois de amanhã... 
Hoje quero preparar-me, 
Quero preparar-rne para pensar amanhã no dia seguinte... 
Ele é que é decisivo. 
Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos... 
Amanhã é o dia dos planos. 
Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o rnundo; 
Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã... 
Tenho vontade de chorar, 
Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro... 

Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo. 
Só depois de amanhã... 
Quando era criança o circo de domingo divertia-rne toda a semana. 
Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha infância... 
Depois de amanhã serei outro, 
A minha vida triunfar-se-á, 
Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático 
Serão convocadas por um edital... 
Mas por um edital de amanhã... 
Hoje quero dormir, redigirei amanhã... 
Por hoje, qual é o espetáculo que me repetiria a infância? 
Mesmo para eu comprar os bilhetes amanhã, 
Que depois de amanhã é que está bem o espetáculo... 
Antes, não... 
Depois de amanhã terei a pose pública que amanhã estudarei. 
Depois de amanhã serei finalmente o que hoje não posso nunca ser. 
Só depois de amanhã... 
Tenho sono como o frio de um cão vadio. 
Tenho muito sono. 
Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã... 
Sim, talvez só depois de amanhã... 
Bom Sono!!!! Até depois de Amanhã.... Bom Sono!!! Até Amanhã... Bom sono!!! 
(Álvaro de campos)





even

Algo aconteceu.
Mas você não estava lá, na verdade nunca esteve.
Tenho vontades
Vontade de fazer... Sei lá!
Maldades.

Matar, morrer, me mostrar, me esconder...
Ser quem eu realmente sou,
Fazer o que tenho vontade.
Mas onde raios enfiaram essa tal liberdade?
Porque a moral fica a cima do desejo?

 Deram-me espelhos, mas não consigo ver nada.
Deram-me conselhos, mas como sempre segui calada.
Deram-me veneno, tomei.
Deram-me armas, matei.
Deram-me um sentimento, ignorei.

Nesse rio, tormento.
Não tarda, acaba o tempo
Me levando embora.
Jogada no acostamento, esperando- te ao relento
Dizendo palavras ao vento.
Eu morri. E agora?

Joguei tudo fora.
Eu te amo. Eu te odeio.
Porque não vais embora?
Aqui não mais está. Foste parar em que lugar?
Fica um pouco. Eu quero.

Não.
O que quero é simples, mas difícil.
O que tenho é nada,
Encontrei na estrada, dentro de um pote.
Este sangue é mentira,
Minha dor vem do corte.

Kuroneko-chan 
22.05.11 

quinta-feira, 19 de maio de 2011

individuo

Pro meu amiguinho felipe :3 
espero que goste =D 

Como um gato no meio da noite
Silencioso e discreto,
Faz dos telhados seus altares
Reino de pedra e concreto
Mas por estar tão alto, já não tem mais um teto.

Tão preto como carvão
Se esconde na multidão de sombras
Tão belo e perfeito, uma obra de arte.
Perdeu-se por toda parte...
A cidade tem sua face agora, não sabe por onde vai
Ouve-se gritos lá fora...

Ao nascer do sol, torna-se pó
Perdeu sua nascente
Queima um corpo tão só... O  corpo de toda gente.
Nas ruas, destritos, o asfalto fica quente
Matou a si mesmo
Tão cego como serpente.

Café.



Dedico a Rodolfo, que me deu esse café XD

             De repente paro e lembro do meu café. Estou cansado de me esforçar tanto por nada, estou cansado de tantas pessoas me julgando e me dizendo o que devo fazer, quando elas mesmas não sabem o que fazer de suas próprias vidas. Estou cansado dessa mesmice, ouço sempre as mesmas opiniões, vejo sempre as mesmas pessoas, vou sempre aos mesmos lugares, passo os dias xingando as mesmas porcarias que passam na TV, sentindo o mesmo vazio de sempre. Droga, estou tão cansado, e tudo que eu queria agora era o meu café, mas eu estava tão distraido com meus problemas que o esqueci, e ele acabou esfriando. Paro e olho ao meu redor, nem me lembro como toda essa bagunça se formou, acabei de achar minha identidade dentro de um tênis que, sabe deus como, foi parar junto da cafeteira. O sofá mais parece o guarda-roupa e o guarda-roupa mais parece um cesto de lixo e roupa suja. Meus livros, meus textos, e qualquer coisa assim não deveriam ficar tão perto da comida, e a comida deveria estar num lugar mais conveniente. O café acabou, e tudo que eu queria era meu café quentinho, mas agora esfriou, o tempo passou e minha vida mais uma vez me pegou. Café frio é ruim, bem feito pra mim, que deixei que meus problemas o esfriassem. Não tem mais café, bem feito, né! Que não bebi na hora certa. 

quarta-feira, 18 de maio de 2011

William Shakespeare - Soneto 130

Tava fazendo trabalho de inglês sobre este soneto, gostei bastante.


Os olhos de minha amada não são como o sol;
Seus lábios são menos rubros que o coral;
Se a neve é branca, seus seios são escuros;
Se os cabelos são de ouro, negros fios cobrem-lhe a cabeça.
Já vi rosas adamascadas, vermelhas e brancas,
Mas jamais vi essas cores em seu rosto;
E alguns perfumes me dão mais prazer
Do que o hálito da minha amada.
Amo-a quando ela fala, embora eu bem saiba
Que a música tenha um som muito mais agradável.
Confesso nunca ter visto uma deusa passar –
Minha senhora, quando caminha, pisa no chão.
Mesmo assim, eu juro, minha amada é tão rara
Que torna falsa toda e qualquer comparação.