quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Angústia

Minha senhora não mais me quer ver.
Não me olha nos olhos, está a se esconder.
Deus! Que raios fiz?!
Nada mais além de a proteger...

Dói me muito a sua falta e sua ausência me corrói.
Sei que seu corpo ali está, mas sua alma se foi.
Sinto falta de seu cheiro, de seus afagos calorosos,
De me aconchegar em teus cabelos e em seus braços saudosos.

Minha senhora não mais sorri,
Recusa-se a sair de seu leito.
Não mais se deita comigo, não mais se apoia em meu peito.
Perdoa-me! Suplico! Que raios fiz?

Todas as flores do mundo te dei
Tão variados perfumes...
Mas nenhum se compara ao teu,
Oh! Perdoa estes meus maus costumes.


                                 Kuroi Kuroneko
                                      29.02.12


                               

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Escamas Azuis

               Um dragão me visitou noite passada. É, era tarde e eu estava demasiado cansado e com  muito sono. Mas me lembro bem... Ele tinha chifres rústicos que se estendiam para trás do pescoço, escamas de uma azul sombrio, que brilhavam com o toque do luar, uma longa cauda dava continuação a sua coluna e poderia se esticar até a mais alta estrela no céu, e tinha um belo par de asas que poderiam abraçar o mundo. Tinha um ar misterioso, e uma expressão ameaçadora, mas nada ele me fez. Apenas ficou me observando pela janela horas a fio, como se me conhecesse, como se estivesse à minha procura por tempos, e enfim me encontrou. Não me assustei ao vê-lo. Hoje em dia sei que não devemos nos assustar como nada, apenas nos surpreender e aproveitar a ocasião. Tentei falar com ele, mas ele não se moveu. Tentei cantar, dançar, recitar poemas, contar histórias, mas não obtive resposta.
              Então adormeci, e tive um dos sonhos mais deliciosos da minha vida: Eu voava, e águias voavam ao meu lado. Voávamos por sobre o mar, e pelo caminho sereias dançavam fazendo ondas cintilantes desfilarem sob nossas asas. O vento passava doce por entre meus cabelos, e deslizava suave em meu corpo. O aroma salgado do oceano me fazia sorrir. - The ocean breathes salty, won't you carry it in? in your head, in your mouth, in your soul... ♪ - A música coloria o céu ao redor. Não pensava onde estava indo, apenas seguia voando, eu e as águias, que cortavam o vento com sua rapidez e beleza. Era como se tudo fizesse parte de mim, eramos um só. Logo, uma ilha se mostrava gentilmente à nossa frente e à medida que nos aproximávamos, a natureza local se revelava:  Primeiro, uma extensa faixa de vegetação densa de um verde bruto, onde haviam aves multicores que produziam sons hipnotizantes. Logo mais a frente, se abriam as planícies com campos abertos onde unicórnios pastavam e centauros corriam livremente. Em seguida uma grande e enorme gruta com água cristalinas onde  Naíades se banhavam e faziam graça, dava inicio a um cerco de pequenas montanhas, e bem no centro havia um velho vulcão inativo. Lá as águias repousaram, e eu também parei para descansar. Foi quando tudo ficou escuro, e eu despertei. Olhei pela janela, e o dragão não estava mais lá. Ninguém acredita quando conto, mas eu sei, tenho certeza que foi real.
              Um dragão me visitou noite passada. Novamente. E vem me visitando noite após noite, ininterruptamente. Ninguém crê em mim, pois não conseguem vê-lo como consigo. Acham que ando tomando café demais e dormindo de menos, acham que enlouqueci. Mas meu dragão é real, é belo... Sempre fico fascinado com seus olhos flamejantes que parecem querer me arrancar algo. Eu tenho um dragão, pois sim, ele é meu e o chamo de Thorn. Mas este obviamente não é seu nome real. Eu não sei como se chama, eu não sei como chegou aqui, não sei o que viu em mim, o que quer de mim, se me quer. Certa vez vi Thorn voar... O céu estava ficando claro, e ele se foi. Tudo ficou azul, e ele se foi por entre as ultimas estrelas da manhã. Ele se foi...

                                                   Kuroi Kuroneko :33
                                                           24.02.12


Missão que Fakemaker me deu pra hoje. Se não, não teria escrito (:
Então é procê \o

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Tom

               Tom andava preocupado. Não dormia há semanas, e à medida que os dias se passavam, apenas uma garrafa de café não estava nem perto de ser considerado o suficiente para satisfaze-lo, para mantê-lo lúcido. O despertar eterno - disse ele - só pode ser maldição. O que fiz para merecer tamanha desgraça?
                Ele estava enganado, não era maldição, era apenas um vício. "Durma, criança." - Diziam as criaturas em seus sonhos. Sonhos? Como, se não mais dormia? Ele estava delirando. Um trevo de quatro folhas, era o que queria encontrar. E todos os dias retomava sua busca obsessiva pelos vastos prados.
                 - Quando o encontrar terei direito a um desejo. Sim. Desejo. E enfim poderei sentir. Sim, sim... S-e-n-t-i-r... É, sentir, sentir. Aprenderei a amar, ficar alegre, triste, terei preocupação, saudade, culpa... E não mais machucarei ninguém. Não, eu não machucarei, não poderei machucar... Juro que não machuco... E então sem meu fardo, dormirei tranquilo. Finalmente, sim. Sim. - Tom pensava sempre.
                  Encontrou Gnomos, moedas de ouro, fadas, portais secretos, unicórnios, magos, anões, lupinos, bruxos, super-heróis, deuses, demônios, anjos, gárgulas, quimeras, e qualquer outra criatura que se possa imaginar. Todos estavam em suas terras, mas não se importava, só serviria um trevo de quatro folhas.
                 Uma garota, certo dia, no ápice de sua cólera, apareceu. Ela tinha grandes olhos verdes e longos cachos rubros. Ela disse que encontrou o trevo que Tom tanto almejava, que poderia ajudar. Estava com São Patrick, mas bem alertou: Tudo tem um preço. Mas onde encontra-lo? - Tom não obteve resposta, logo os cachos da garotinha tomaram conta do lugar, o céu ficou vermelho e do céu precipitavam gotas e gotas de sangue. Lágrimas de ouro escorriam na doce face da garotinha,  prostrada, assustada, tremendo, num grito abafado, sucumbiu. A forma assustadora de uma caveira se formou ali, no lugar da cabeça.
              O dia amanheceu. Tom desperta, toma coragem, toma banho, toma café, e tenta escrever alguma coisa...

                                                        Kuroi Kuroneko
                                                             23.02.12
               

Ouro

               Ela andava de um lado para o outro. Embora aparentando pressa, não sabia para onde ir, só sabia que queria ir para longe... Bem longe, outro mundo, se possível. O sol brilhava forte, e a beleza do lugar incomodava, pois por dentro - pensava ela - onde mais preciso, não há beleza alguma. Estava cansada daquilo tudo: Traição, utopias, indiferença, humilhação, ignorância, falta de pudor. Seu coração (se é que ainda o tinha), estava oco e frio, como uma geleira à deriva no meio do oceano.
              Andava e andava, ziguezagueando no meio da multidão de sombras. Via aqui e ali algumas faces conhecidas, e as cumprimentava numa tentativa falha de se distrair. Eles não percebiam seu semblante melancólico que suplicava ajuda, ou algo assim... Um sinal, talvez. Sua cabeça doía, e a medida que seus pés rápidos iam no encontro brusco com o chão, sua respiração ficava mais ofegante, e seu suor, frio.
              De repente ela ouviu seu nome ser chamado. Me encontraram, ela pensou. Seu coração aos poucos se recompunha, e tentava bater forte. Estava prestes a explodir, ela tremia. Foi em direção ao chamado, sorriu. Pediram-lhe um favor - Que assim seja - ela disse, e o cumpriu. Ficou ali sentada, sozinha na cadeira cinza sob a escada. Seus olhos estavam vazios, fitando algum lugar igualmente vazio, distante. Uma alma apareceu, logo, duas. Aqueceram-lhe o colo, mas sentia-se incompleta, como se desaparecesse aos poucos.
            Ao cumprir sua tarefa, retomou a atividade de andar em círculos, desta vez, sem esperar que a encontrassem... Procurava algo,  não sabia o quê, talvez conforto. Mas no caminho se distraiu com algum tipo de flor. "Quero vê-la desabrochar, só me retiro daqui depois disso!" - Pensou ela. Por um momento esqueceu da beleza do lugar, e da falta dela dentro de si. Esqueceu do frio, de sua busca, e até mesmo do que queria esquecer. Uma ave então pousou ao seu lado. Uma ave grande, esbelta, e de um rubro flamejante, que a olhou e assobiou alguma melodia. Eles se olharam, a ave continuou a assobiar, ela corou. De repente, na nota mais alta, a ave ergueu voo. Era isto que ela queria, mesmo sem querer. E então voaram juntos.

                                                    Kuroi Kuroneko
                                                        23.02.12

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012


I was lying, I was lying.
Please believe me. Please believe me.
 Don't let go!
Oh, how I beg you, love me ♪

I didn't give up. Please.

Queria ter paciência pra escrever um musical XD

E, óbvio. Saber fazer músicas. e-e

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Egoísmo


Just do it yourself
because I just have no pacience to help
Your problems are so bigger than me
and i'm fuckin freaking for it.