segunda-feira, 27 de maio de 2013

Dia Cem.

Não mais sei o que é o amor
Não mais sei o que é amar
Não sinto prazer nem dor
Não sinto paz ao ver o mar...

Não me considero sofredor
Mas mesmo nas lembranças que trago do amor
Só o vejo me torturar
Deixava-me sempre sozinho, pra quem quisesse levar.

Eu não sei o que é o amor,
Eu não sei o que é amar
Camões tornou-se patético
Carinho, repugnante
Apego, tão intrigante
Calor, aconchego, beijinho
Tudo isso é irritante...

Cem dias se passaram, cem dias se rastejaram,
Mais rápido que um trem.
Cem dias que me ensinaram, que sozinho se vive bem.
Sem dias que ser feliz é costume meu também.

Tudo está sempre errado
Errado sempre tudo está
Tenho tudo que quero
Mas sempre outro problema há.

Tenho duvida se o Senhor
Ao criar a humanidade,
Não será que se enganou,
E pôs um erro na felicidade?
Trocou o certo pelo errado,
E assim vivemos contra verdade.

Parece até que estou triste,
Mas saiba que tristeza só existe
Onde há um coração.
E este meu amigo, eu nunca tive
E se tive, eu tive em vão.

Coração que eu saiba, bate
Coração que eu saiba, ama
Coração que eu saiba sofre
Mas também se engana.

A mente não, a mente nunca se engana
Ela mente pra ti, amigo, passando-se por coração
Fazendo-te de besta, que de besta inda se deixa enganar
Com momentos que não existem
Tornando-te um falso triste.

A mente mente,
O coração se engana,
A tristeza que não existe
No presente de que não ama.
Jazem aqui cem dias. O dia cem.

Kuroi kuroneko 
   31 de março de 2011

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