quinta-feira, 10 de maio de 2012

Fade

Num dia ensolarado, eles brincavam de faz-de-conta
Tinham um sorriso no rosto, tinham abraços no corpo, tinham esperança.
Num dia ensolarado, embora nublado, eles brincavam de faz-de-conta
Tinham um vazio no peito. Não sabiam fazer o que faziam.
E todos os olhavam com reverência, pensavam que eram reis
Respeitavam, cumprimentavam, se curvavam e mandavam presentes
Eles não sabem o que fazem.
Ela pintava os lábios de vermelho e tatuava seus lábios nos dele
Ele a dizia coisas nunca antes ditas, e a fazia confiante,
Num dia ensolarado na cidade perdida.
Continua buscando o que procuras, espera, criança, pelo dia que não vai chegar.

Num dia ensolarado todos se empurravam para vê-los passar
São apenas dois dias, os dois dias mais esperados por todos
Vão passar e deixar a cor rosa no ar
Mas o perfume da rosa é imaginário.
Ele não está ali, ele não está.
Porque não mais te queres me ver? porque não mais me procuras?
Porque não mais suplicas? Porque não mais és aquele cravo que nasceu ao lado de minha roseira?

Plantei flores no caminho pois sabia que por ali ias passar
Limpei os bosques na estrada, para nenhum mal te perturbar
Porque por ali não passastes?

Num dia ensolarado brincávamos de faz-de-conta. Me conta, o que pretendes com isso?

~Kuroi kuroneko
      10.05.12


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