quarta-feira, 9 de maio de 2012

Tormenta

Sob o crepúsculo, o mar dançava...
O vento calmo ia e ficava... Sabes que não vou partir.
Corvos se amontoavam dentre os galhos secos do velho carvalho.
Vinham calmos e ali repousavam.
Tal como tudo negro que agora habita em mim...
Esta carnificina que vive em meu peito à tormentar
Esta amargura que não quer passar...
Estou adoecendo. De alma, de mente.
Seres malditos que insistem em cercar-me, porque não se vão?!
Sei que há melhor lugar...
Vão-se! Vão-se! Deixem me sozinho à murmurar
Lamurias de um amor solitário
Sob o crepúsculo tardio, sobre o Mar do Canário.
Então pousa defronte à mim um poderoso flamingo
Rosa. Flamejante. Exuberante. Formoso.
Sob suas asas, cristais... Em seus olhos, rubis...
Oh! Os deuses me castigarão!
Não te queres amar, garota? Então não me maltrata!
Quero teu olhar, menina. Mas só se for sincero e de graça.

                                    Kuroi Kuroneko
                                      ~09.05.12

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