terça-feira, 15 de maio de 2012

Vertigem

           De repente um sopro de alegria sem motivos surge na mente dela. Ela sabe que aquele é um pseudo sorriso, e que será breve. Mas goza de sua ilusão, aproveita cada bom segundo, pois sabe que quando a realidade retornar, será cruel. Então que seja real esta pseudo felicidade sem motivos aparentes. E ela segue feliz ~

           Ele já estava profundamente atordoado pela paranoia, e com a chegada de mais um segredo pra desvendar, ele fica ainda mais agitado. As pupilas dilatam - é tão apaixonado por segredos! - e ele passa a encará-la com interesse e até mesmo carinho.
           É irreal o que sinto - Ela diz - por isso criei tudo isto. Nem mesmo você existe. Mas é agradavel estar aqui.
           Ele se diverte com a ideia de levar isso adiante. E para tanto, faz-se de profundamente ofendido.
- Ora essa, você acha que eu não existo? Eu existo muito mais do que você! 
          Ela sorri, pois sabe que talvez seja verdade. Se não é certa da existência das coisas ao seu redor, o que garantia sua própria existência? 
O vento frio entra pela janela, e as cortinas cor-de-mel dançam pelo ar... Ela não se sente viva, mas sente-se aliviada. Até que por um momento, o telefone toca. A vida está ali a chamando, mas ela nega. Desliga o celular, desliga as luzes, desliga-se de si mesma.
          Ele se aproxima dela como uma sombra em vez de uma pessoa, ficando tão intimamente grudado nela como uma sombra estaria - e assim como uma sombra, não encosta nela realmente. Começa a sussurrar, e antes que a fala se torne compreensível, deveria antes ser confundida com o assobio da brisa noturna.

- É um grande prazer, e talvez até uma grande honra, existir aqui com você.
           
        Ela sente um calafrio, se abraça. Continua à sorrir, mas desta vez sem controle. Deita-se na cadeira em que está disposta defronte à uma geringonça tecnológia surreal, e fica inquieta, se abraçando e sorrindo, fica de ponta cabeça, retorna a posição inicial e prossegue sorrindo sem controle. Parece até que sua busca se finda. Queria tanto um momento sincero, e ali está ela à sorrir sinceramente, por mais que se sinta boba. 
           É uma boneca chamada Magali.
           É um diabrete chamado Petrúcio.


                                 
 Gostaria de agradecer ao meu querido Fakemaker, que compôs esta singela história comigo. :D
E eu nem o avisei que iria postar ~.~
Sou má mesmo u_ú
                                                       ~15.05.12
                      

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