sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Escamas Azuis

               Um dragão me visitou noite passada. É, era tarde e eu estava demasiado cansado e com  muito sono. Mas me lembro bem... Ele tinha chifres rústicos que se estendiam para trás do pescoço, escamas de uma azul sombrio, que brilhavam com o toque do luar, uma longa cauda dava continuação a sua coluna e poderia se esticar até a mais alta estrela no céu, e tinha um belo par de asas que poderiam abraçar o mundo. Tinha um ar misterioso, e uma expressão ameaçadora, mas nada ele me fez. Apenas ficou me observando pela janela horas a fio, como se me conhecesse, como se estivesse à minha procura por tempos, e enfim me encontrou. Não me assustei ao vê-lo. Hoje em dia sei que não devemos nos assustar como nada, apenas nos surpreender e aproveitar a ocasião. Tentei falar com ele, mas ele não se moveu. Tentei cantar, dançar, recitar poemas, contar histórias, mas não obtive resposta.
              Então adormeci, e tive um dos sonhos mais deliciosos da minha vida: Eu voava, e águias voavam ao meu lado. Voávamos por sobre o mar, e pelo caminho sereias dançavam fazendo ondas cintilantes desfilarem sob nossas asas. O vento passava doce por entre meus cabelos, e deslizava suave em meu corpo. O aroma salgado do oceano me fazia sorrir. - The ocean breathes salty, won't you carry it in? in your head, in your mouth, in your soul... ♪ - A música coloria o céu ao redor. Não pensava onde estava indo, apenas seguia voando, eu e as águias, que cortavam o vento com sua rapidez e beleza. Era como se tudo fizesse parte de mim, eramos um só. Logo, uma ilha se mostrava gentilmente à nossa frente e à medida que nos aproximávamos, a natureza local se revelava:  Primeiro, uma extensa faixa de vegetação densa de um verde bruto, onde haviam aves multicores que produziam sons hipnotizantes. Logo mais a frente, se abriam as planícies com campos abertos onde unicórnios pastavam e centauros corriam livremente. Em seguida uma grande e enorme gruta com água cristalinas onde  Naíades se banhavam e faziam graça, dava inicio a um cerco de pequenas montanhas, e bem no centro havia um velho vulcão inativo. Lá as águias repousaram, e eu também parei para descansar. Foi quando tudo ficou escuro, e eu despertei. Olhei pela janela, e o dragão não estava mais lá. Ninguém acredita quando conto, mas eu sei, tenho certeza que foi real.
              Um dragão me visitou noite passada. Novamente. E vem me visitando noite após noite, ininterruptamente. Ninguém crê em mim, pois não conseguem vê-lo como consigo. Acham que ando tomando café demais e dormindo de menos, acham que enlouqueci. Mas meu dragão é real, é belo... Sempre fico fascinado com seus olhos flamejantes que parecem querer me arrancar algo. Eu tenho um dragão, pois sim, ele é meu e o chamo de Thorn. Mas este obviamente não é seu nome real. Eu não sei como se chama, eu não sei como chegou aqui, não sei o que viu em mim, o que quer de mim, se me quer. Certa vez vi Thorn voar... O céu estava ficando claro, e ele se foi. Tudo ficou azul, e ele se foi por entre as ultimas estrelas da manhã. Ele se foi...

                                                   Kuroi Kuroneko :33
                                                           24.02.12


Missão que Fakemaker me deu pra hoje. Se não, não teria escrito (:
Então é procê \o

Um comentário:

  1. Um calango a luz do poste. Na janela
    do quarto de um guri criado por vó.

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