segunda-feira, 11 de junho de 2012

Devaneios e esperanças #1

Não se podia esperar outra coisa além disso num dia como aquele. Chovia, chovia, chovia. Se perguntava o Porquê disso, embora soubesse a resposta, tentava não acreditar. Havia causado aquilo tudo e sabia. Haviam desejos dentro de si, mas tanto fazia se se concretizassem ou não. Não fazia o menor esforço para materializar seus anseios. Que raios de vida?!
Poderia aquilo, ao menos, ser chamado de vida?
Era um diabrete com corpo de fada, que atormentava as mentes vis. Eram dois seres em um só, que mantinham uma aversão absurda um pelo outro. Um queria paz, por isso o outro provocava a guerra. Um queria sonhar, enquanto um outro o acorrentava-lhe os pés no chão. E assim seguiam, quase que fazendo uma disputa para ver qual das criaturas conseguia atormentar mais a alma do outro. Mas era uma alma só, e assim tudo que faziam era revertido para si.
- Onde escondes teu sorriso, criatura? - Perguntou um moço uma vez. Havia sumido há tanto tempo que nem se lembrava mais qual seu fim.
Odiava tudo que existia, e as possibilidades quaisquer de coisas que poderiam vir a existir. Isso incluía a criatura. Será que sofria?
- Um vazio pode ser chamado de dor? - A criatura perguntou ao moço, numa esperança falha de ter alguma resposta de efeito.O moço que se mostrava tão interessado, parecia confiável. Mas talvez não fosse. Talvez.
O moço sorria e dizia coisas interessantes. Era admirável, embora simples. Suave, embora impetuoso. Tinha grandes dúvidas, mas era genial. Não tinha uma imagem negativa, nem positiva demais ao ponto de se desconfiar. Era singelo.
Eles não se conheciam. Não eram amigos. Não eram nada. Apenas personagens de um encontro, o qual se prolongou.
Talvez o moço pudesse ajudar a criatura a parar de se ferir. Mas a criatura feria além de si mesma, tudo ao redor. Ele tinha algum tipo de resistência a violência daquele ser incompreensível, e continuava ali.
Teria fim aquele encontro?


Kuroi Kuroneko
    11.06.12

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